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12 Diário da Câmara dos Deputados

mesmo Govêrno deve acabar com essa tribuneca.

Ainda há pouco um ilustre Deputado, citando o exemplo da Espanha, frisou como lá se respeitam as liberdades.

Eu, em resposta a êsse áparte, disse que era porque lá havia o regime monárquico e cá o republicano.

Vou explicar as minhas palavras.

Há oito anos que estamos em regime republicano: Progredimos por acaso em liberdades públicas?

O primeiro jornal que foi assaltado, como já aqui tive a honra de dizer, foi o Liberal que coerentemente seguia a sua linha de conduta.

O Sr. Cunha Lial (interrompendo): - Segundo se diz as autoridades do Pôrto que tem participado dos assaltos eram monárquicas.

Vozes da direita: - Não pode ser!

O Sr. Rocha Martins (aparte): - As autoridades de confiança do Govêrno da República não podem ser monárquicas.

Se o foram, para o Partido Monárquico deixaram de o ser.

Trocam-se apartes.

Agradeço todas as interrupções que me façam, mas não ouvi bem a última parte da interrupção feita pelo Sr. Cunha Lial em consequência doutras interrupções.

O Sr. Cunha Lial: - Disse que, quando do outro assalto, o Sr. António Cabral não se manifestou.

O Orador: - Peço perdão. Quando se tratou nesta Câmara do assalto à Montanha, fui uma das pessoas que se levantaram dêste lado da Câmara protestando contra êsse caso e pedindo providências ao Govêrno. Outros Srs. Deputados dêste lado falaram sôbre êsse assunto, manifestando a sua reprovação.

Sempre protestarei contra tudo quanto sejam violências ou ataques ao direito de propriedade.

O Sr. Cunha Lial: - Dá-me licença?

Disse há pouco que no Pôrto são autoridades monárquicas aquelas que consentem êsses assaltos

O Orador: - Peço perdão. Com êste Govêrno, que é republicano, mio existem autoridades monárquicas.

Interrupção.

Não tenho culpa de que se diga monárquico quem pelos seus actos não o é.

Não acredito que haja autoridades monárquicas. Emquauto não me apresentarem essas provas, não acredito que essas autoridades sejam monárquicas.

O Sr. Cunha Lial: - Cito a V. Exa. um caso concreto. Sou amigo do Sr. Solane de Almeida, e por isso posso dizer, na sua ausência, que V. Exas. apoiavam e Sr. Solano de Almeida, quando governador civil de Coimbra, ao darem-se em, Coimbra casos desta natureza, e S. Exa. era uma autoridade monárquica.

V. Exas. deram-lhe a sua solidariedade nessa ocasião.

Apartes.

O Orador: - Está S. Exa. equivocado, É mais um equívoco da parte do Sr. Cunha Lial. O Sr. Solano de Almeida é um ilustre oficial do exército que entrou na revolução contra a demagogia, como entraram muitos monárquicos que acompanharam os que se revoltaram contra quem estava no poder e exercia nele a violência.

O Sr. Solano de Almeida foi autoridade em Coimbra emquanto era necessário manter a ordem. Foi autoridade em Coimbra unicamente para manter a ordem! Quando viu que não era necessária a sua permanência em Coimbra, pediu a sua demissão.

Apartes.

Acêrca das arguições que depois se fizeram nada direi, porque S. Exa. não está presente.

O Sr. Cunha Lial (em aparte): - V. Exa., dá-me licença? Eu não quis ofender o Sr. Solano de Almeida; o que disse foi o seguinte: o Sr. Solano de Almeida foi uma autoridade monárquica dentro da República, e, tanto assim, que passou para o partido monárquico.

O Orador: - O Sr. Soláno de Almeida não foi uma autoridade monárquica dentro da República, foi um auxiliar da revolução de 5 de Dezembro, como o foram