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10 Diário da Câmara dos Deputados

tou há tempos. Era com essa pensão que êle vivia e duas irmãs que têm perto de oitenta anos.

Entendo que a Câmara deve tomar uma providência para que a pensão que João Penha disfrutava fôsse para as suas irmãs.

Era isto o que tinha a dizer à Câmara, a quem peço desculpa do tempo que lhe tomei.

O Sr. Ministro dos Abastecimentos: (João Pinheiro): - Sr. Presidente: pedi a palavra para me associar, em nome do Govêrno, à proposta do Sr. Adelino Mendes. Efectivamente, o Visconde de Castilho, herdeiro dum grande nome, foi, ao mesmo tempo, um grande espírito e um grande carácter.

S. Exa. não reviu.

O Sr. Cunha Lial: - Associo também os meus protestos aos dos meus colegas desta Câmara relativamente às manifestações feitas pelas galerias durante o decorrer das sessões.

Não podia deixar de igualmente vorberar, como o fez o Sr. Miranda e Sousa, o assassinato infame de Jorge Camacho, que, vindo preso, foi vítima dalguêm que não sei se estava desvairado pela sua paixão política, se era um simples e vulgar criminoso.

Êsse caso - disse-o muito bem o Sr. Ministro dos Abastecimentos - é um caso vulgar da alçada da justiça, um assassinato absurdo e infame como todos os crimes dessa espécie e que não merecerá talvez as honras de sôbre êle se chamar a atenção desta Câmara.

Uma vez exarada a minha repulsa por êsse acto, tenho de acentuar que é quási criminoso também que nos queiramos servir dele para atacar o Govêrno, depois do próprio Govêrno ter declarado pela imprensa que castigará severamente semelhante procedimento, inqualificável e só próprio das gentes do Sr. Paiva Couceiro.

Sr. Presidente: há criaturas que dentro desta Câmara levantaram sempre a sua voz para protestar com energia contra todos os ataques, que, de há tempos para cá, se vinham praticando contra as liberdades e direitos individuais ou colectivos. Uma dessas criaturas sou eu.

Nenhum dêsses atentados de qualquer natureza, política, ou pessoal, de que tenha havido conhecimento, tem sido deixado passar por mim em julgado: eu minha voz humilde tem sido implacável para marcar a ferro os perpetraidores das violências.

Sr. Presidente: o que eu nunca, porém, esperaria é que o assassinato de Jorge Camacho pudesse servir a alguém de pretexto para declarar, que não há liberdade no nosso país.

Êsse alguém teve uma frase feliz, quando disso que queria uma República onde coubessem todos os republicanos. Também eu e todos os que protestávamos, nos tempos do Sr. Tamagnini, contra as violências e enxovalhos do Poder, queremos ontem, como hoje, uma República para todos, à luz do dia. Hoje começa-se a respirar, ao passo que na Republica, que o Sr. Miranda e Sousa apoiava, cabiam todos os republicanos, mas com uma condição: que a maior parte dos republicanos estivesse aferrolhada nas cadeias.

Sr. Presidente é preciso que as nossas indignações não sejam à sôbre posse; é preciso que as nossas indignações venham bem do fundo da alma, porque só assim elas cabem bem nos ouvidos do quem nos escute.

Podemos não concordar com todas as medidas do actual Govêrno? Não há dúvida que nos assiste êsse direito. Eu também discordo dalguns actos governamentais e tanto assim que peço a V. Exa., Sr. Presidente, o favor de avisar o Sr. Presidente do Ministério de que solicito a sua presença numa das próximas sessões, a fim de S. Exa. me explicar a razão de ser dalguns dos seus actos políticos.

Quando não se concorda, diz-se claramente, fala-se a linguagem sã da verdade; mas o que não é admissível é querer fazer reviver, nesta hora grave em que os monárquicos, estão no Pôrto, e em que parte do nosso país está nas mãos dos nossos inimigos naturais, - scenas passadas, porque isso representa um péssimo serviço prestado à República.

Se houve um Ministro que infringiu maus tratos aos presos políticos, que os meteu em casas-matas imundas, nos lugares mais infames com água pelos tornezelos, e que disse que os deitassem ao mar, verberemos êsse procedimento e não nos