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Sessão de 11 de Dezembro de 1919 19

O Sr. Vasco Quevedo fez um inquérito rigoroso e averiguou que se encontraram lá umas sete mil e tantas sacas de arroz!

Mas então estão lá 7.000 sacas de arroz o como lá fica não se paga.

Mas disse mais o Sr. Brito Camacho uma cousa, que é extraordinário que o diga sendo um espírito tam esclarecido.

Diz que seria dado por sinal de 500 toneladas.

A aceitar por boas as contas do Sr. Brito Camacho, e eu quero-as dar por boas, vai ver a Câmara as conclusões a tirar.

Se devem estar na Legação de Madrid, segundo o telegrama referido, 258:000 pesetas, temos de ver quantas estão na mão do espanhol.

Essas pesetas ao câmbio dão 17 contos e 400 e tantos mil réis.

Por conseqùência há ainda 72.384$ que devem estar na mão de alguêm.

Mas vamos à conta porque quero que a Câmara faça justiça, vendo que não me afasto da estrita argumentação.

Estas contas, como são feitas na Legação de Madrid, devem estar certas, e faltam ainda 5.000 pesetas.

Êste documento é passado na Legação de Madrid e passou para o Ministério dos . Estrangeiros, onde se tirou cópia.

Pode ser êrro da minha parte, irei conferir e se houver êrro, eu o emendarei, mas, até agora assim considero a conta.

Realmente, o dinheiro era todo para as referidas, toneladas de arroz, e nós nesta altura não sabemos a quantidade de arroz que deve estar em Valência, e o que sabemos é que o dinheiro continua a estar nos bolsos do espanhol, que se realmente jogou na bôlsa deve ter feito bom negócio.

É então esta urna questão que não tem nenhuma importância, de que o Parlamento não deve tratar, pelo qual o interêsse público não deve existir?! Não, Sr. Presidente! Isto é a demonstração completa do desleixo a que chegou a administração pública.

Então o Parlamento não deve tratar dêste grave assunto e desconsidera-se porque deixa correr à matroca os interêsses do Estado?!

Trocam-se vários àpartes.

Sr. Presidente: vamos agora a um ponto que me parece de extraordinária importância.

Há um momento em que Beis treme perante o Govêrno Português, há um momento em que Reis chama em seu auxílio o seu mano Cipriano. Êsse mano Cipriano tambêm já entra numa documentação em 17 do Abril, afirmando ao Sr. Freire de Andrade que o arroz está carregado e pedindo a S. Exa. que obtenha do Govêrno Português o enxerto da exportação de madeiras que queria fazer.

O mano Cipriano vem em auxílio de Casimiro Reis.

Reis faz a proposta porque, diz êle, é uma esplêndida proposta e, se o Govêrno não acoitar, terá de ir para os tribunais e seu irmão tem assegurado que ganha a questão dentro dos tribunais. Porquê? Não sabemos, mas vamos sabê-lo!

Sr. Presidente: em certa altura o Ministro dos Abastecimentos manda dizer para a Legação de Portugal que, havendo sido permitida a exportação de duas mil toneladas de arroz em Março e estando correndo o tempo, Visto que se estava já, se bem me lembro, em Junho, devia fazer a remessa do artigo. Casimiro Reis, êle que em 8 e 11 de Março de 1918 falava já ao Sr. Egas Moniz um pouco de papo - permita-se-me o plebeísmo - estremece em 30 de Junho e manda cá Legação de Portugal um ofício em que diz que o Govêrno Espanhol vai proibir a exportação do arroz, que êle, Reis, quis ressalvar as suas responsabilidades, que tem o arroz colocado no entreposto de Valência e que, embora esteja glaciado, não se responsabiliza por êle desde que passem os primeiros calores. Vem, por conseqùência, Reis pedir ao Ministro de Portugal que diga ao Govêrno Português que se compromete a trazer para Portugal duas mil toneladas de arroz - já não falo em quatro mil - sendo, dessas duas mil, mil e quinhentas ao preço do seu contrato antigo e quinhentas para o comércio livre de Portugal, pedindo ainda que lhe dêem a resposta no prazo de oito dias, para que possa combinar e realizar a transacção.

Êste despacho é transmitido para o Govêrno Português e, realmente, há uma ordem em 24 de Junho que manda aceitar o negócio de Reis. Não sei por que o negócio se não fez, mas é curioso que Reis fala assim a querer ressalvar responsabilidades e a responsabilizar-se pela