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Diário da Câmara dos Deputados

que estamos dispostos a trilhar novos caminhos. Tenho dito.

O Sr. Domingos Cruz: — Sr. Presidente: ó constrangido que dou o meu voto a ôste projecto. De há muito que venho mostrando a necessidade do Governo apresentar a esta Câmara propostas de lei concretas que organizem os serviços de maneira tal*quo não seja neces-" sário estarmos a votar constantomontc projectículos desta natureza.

Desejaria que o Sr. Ministro da Marinha, se possível lhe fosso, trouxesse *a esta Câmara uma proposta de lei reorganizando os serviços da armada. Peço-o com tanta boa vontade quanto é certo 'que há perto dum mês apresentei nesta Câmara uni trabalho, resultado duma assomblea magna de quarenta e sois oficiais superiores que elaboraram um projecto.

Pois não houve meio de até hoje se ar-ripiar caminho. Vemos aqui constapte-meute projectículos que não têm razão de ser, que não organizam, que antes baralham os serviços da armada.

Efectivamente nos úliiiuus anos a concorrência à Escola Naval foi diminuta, não só por virtude da irregularidade dos últimos anos lectivos como ainda pelas condições da guerra, faltando, portanto-, quem vá suprir as faltas existentes nos quadros e mesmo quem vá amanha tripular os nossos navios, mas isso não impede que com todo o interesse, com todo o patriotismo, com toda a fé republicana, ponhamos os interesses do Estado acima dos interesses dos indivíduos o das classes.

Apresentei Gsse trabalho, £ quere a Câmara dignificar-se dotando o regime cojn uni organismo de conjunto? Aceito a colaboração de todos que nesta Câmara têm competência sob este assunto, que, como já disse, não pode ser resolvido com projectículos desta natureza."

Dou o meu voto a este projecto que é indispensável, que é de ocasião, mas xalá que no futuro encaminhemos para soluções diferentes.

Tenho dito.

O Sr. Jaime de Sousa: — Sr. Presidente, depois das considerações apresentadas pelo Sr. Ministro da Marinha e pelo Deputado Sr. Domingos Cruz, podia

julgar-me dispensado de falar; no emtanto sempre devo dizer, como elucidação, que os quadros de primeiros e segundos tenentes estão quási vazios. Há 70 vagas no primeiro e 60 no segundo.

E na Escola Naval não há número suficiente de aspirantes para preencher essas faltas. No quadro de primeiros tenentes faltando 70 indivídios e no quadro de segundos tenentes 60, são 130 oficiais que faltam.

Nestes termos o como a Câmara votou há pouco tempo um crédito de 6.800 coutos para aquisição de navios na Inglaterra, vêmo-rios perante ôste dilema: ou preenchemos Osses quadros ou não temos quem vá guarnecer esses navios.

E por isso que o Governo anterior, que não pode sor acusado de menos iv.publi-cano o do monos difensor da Pátria e da, República, entendeu dever elaborai' esta proposta, c muito bom andou- esto Governo em trazê-la novamente à Câmara, fazendo-a sua.

Entendo que a Câmara devo votar o projecto tal como está, com as emendas apresentadas pela comissão, podendo ficar certa de que votando-o faz obra útil, obra nacional, obra patriótica.

Tenho dito.

O Sr. Lúcio de Azevedo : — Sr. Presidente, devo dizer que os iirgunientos aduzidos pelo Sr. Jaime de Sousa em nada me convenceram.

Disse S. Ex.a que existem vagas nos quadros de primeiros e segundos tenentes, mas o que S. Ex.a não disse é que de há anos a esta parte, parecendo que o tesouro nada em dinheiro, se têm íeito desdobramentos de quadros para preparar forçadas vagas.

Assim verificamos que em certa altura .se desloca esse grande grupo de oficiais para as capitanias dos portos, e saindo fora-do respectivo quadro, doutra vez para a telegrafia sem fios que nenhuma razão moral, técnica ou militar, absolutamente nenhuma, pode justificar a sua existência em tempo de paz.