O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

Sespâo de B de Fevereiro de Í9SO

desenvolvimento da sua riqueza e até pela valorização actual da sua riqueza, podia e devia dar ao Estado e mais do que isso daquela que o país, presumo eu, se prestaria a dar ao Estado, não digo sem sacrifício, mas sem clamor, se adquirisse esta certoza de que o seu dinheiro não é para ser aplicado na criação de novos Ministérios, não é para ser empregado em esbanjamentos de qualquer natureza, mas sim e unicamente para ser rigorosamente administrado em cousas úteis e produtivas.

Sr. Presidente: tem-se falado muito na gravíssima situação portuguesa, mas ninguém ignora que todos os países do mundo vGm sofrendo, desde há muito, as con-seqúôncias da guerra europeia, quando é certo que em Portugal HO agora é que se começam a sentir verdadeiramente os seus efeitos.

Não fizemos durante a guerra nenhum daqueles grandes sacrifícios que as circunstâncias impuseram à maior parte dos outros países; mus um facto jla gravidade da guerra europeia não passa sem deixar fortes vestígios, profundas repercussões sociais, económicas e financeiras que hao-dc, pode (Jizer-se, pagar-se um dia.

Nós que durante a guerra nã.o restringimos o nosso consumo, senão numa pequeníssima parcela, sentimos hoje que temos de fazer essa redução !

A situação de Portugal 6 grave, mas não devemos esquecer que no caos económico em que se debato a Europa há mesmo, entre os voncedQros? um país que sofre mais do que ninguém. Refiro-me à França.

Queixamo-nos de que em Portugal só usou o abusou da circulação fiduciária; poifs a França elevou a sua circulação fiduciária de 5:500 milhões do francos à cifra actual do 37 milhões.

Sob o aspecto económico, as suas estatísticas aduaneiras acusam cm 1919 um déficit comercial do 20:000 milhões do francos.

A França lançou o agravou os impostos do toda a ordom o contraiu largos empróstimos tendo hojo uma dívida quo anda., em volta do 11)0:000 milhões do francos.

Ku sói que isto ó resultado do grande e bolo esforço que osso país fez em prol da justiça o do direito o nuo h o verá nvn-

11

que não acompanhe com a maior ^simpatia os sacrifícios, os esforços, que está realizando corajosamente o glorioso povo francês.

Mas, Portugal não contraiu empréstimos, não lançou nenhuma espécie de impostos, tendo ainda diante de si certas possibilidades financeiras que, SP não sã,o suficientes para resolver o problema das finanças num só ano, nos dão ao menos uma esperança de dias mais desafogados.

Aos recursos económicos da metrópole nós temos a acrescentar as nossas vastíssimas colónias ondex imensas fontes de riqueza aguardam quási intactas o nosso esforço fecundante.

Sr. Presidente: o caminho que temos a seguir é um caminho de economia o do trabalho (Apoiados). E assim que se resolve o problema financeiro, não ó com medidas do natureza fiscal.

Temos de fazer um larguíssimo apoio ao país, precisamos fuzor todos os sacrifícios e esporamos que o pa,ís receba bem estas modidas e quo veja qual ó a atitude do Estado, da Kepública, pelo seu governo e polo seu Parlamento.

AcOrca destas disposições desejo fazer algumas declarações acerca da política e da orientação que há a tomar para o ressurgimento nacional.

Sr. Presidente: perante um Orçamento nestas condições temos de mostrar ao país que a obra que vamos fazer é duma política diversa da que tem sido seguida.

Vou ter a honra de mandar para a Mesa algumas propostas.

A primeira é um travão ao desregramento das despesas públicas %

A lei. do rosto não ó nova. É do Sr, António Maria da Silva.

Depois é indispensável habilitar o Governo e o Parlamento a proceder do modo que se reduzam as despesas, tanto quanto possível som prejuízo dó nenhum direito adquirido.

Depois impõe-se uma revisão completa das contas.

Efectivamente precisamos do restringir as despesas, mas precisamos tatnbGrn de íMimontar as receitas.