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trinas originais; ola encontra-se eni compêndios muito lidos e de bons autores, que fundamentaram as suas doutrinas mio só no campo teórico, mas no campo das aplicações práticas, estudando a influência dos impostos no desenvolvimento da riqueza dum país.

• Mas nós não poderemos exigir sacrifícios ao país, emquanto o Estado por seu lado não se coibir de fazer despesas inúteis e desperdícios criminosos, que aliás a toda a hora se estão repetindo. (Muitos apoiado*).

Chega a ser fantástico que, tendo nós víndò da guerra, tendo adquirido um numeroso o belíssimo material, ainda há pouco tempo se tenham encomendado doze batarias de metralhadoras, não sei se para o exército j se para a guarda republicana !

j Com 96.000 contos de despesas militares e com o esplôndido material que adquirimos, ainda agora se foram encomendar doze batarias de metralhadoras!

j Mais ainda: não há muito tenipo que foram a Inglaterra alguns oficiais comprar cavalos para a guarda republicana!

Em tempos gastou o Estado somas, cuja vorba me não lembra, mas que são avultadíssimas, para a organização dos potris militares. Esse dinheiro que se foi gastar numa remonta ao estrangeiro, sem justificíição nenhuma, mais legitimamente seria aplicado na compra de reprodutores, ainda que saíssem pelo preço que custam os brilhantes, para serem trazidos para Os nossos-potris.

Lisboa é sede dum Parque Automóvel Militar, repleto de carros. Pois ainda há poucos dias se encomendaram, para uma unidade da capital, alguns automóveis!

Vozes: — j Isso'ó um escândalo! | É espantoso !

O Sr. Malheiro^Reíffião:— \ Foram dezanove automóveis!

O Sr. Ministro da Guerra (Helder Eí-beiro) : — £ Certamente que o Sr. Álvaro de Castro não se referiu a nenhuma unidade dependente do Ministério da Guerra?

O Orador: — Eu não produzo estas palavras para fazer uma acusação a qualquer Ministro, porquanto estes actos são*

Diário da Câmara dos Deputada

praticados sem conhecimento dos Ministros, mas unicamente para erguer um brado de alarme (Apoiados), porque o que se apossou de toda a gente em Portugal foi uma loucura de gastos e de luxo verdadeiramente estupendo. (Apoiados).

Se V. Ex.as repararem nas despesas do Orçamento de 1914 e as confrontarem com as do Orçamento de 1920-1921, terão ocasião de verificar uma desproporção assombrosa, que deriva dnrn aumento de despesas absolumente inúteis, filhas exclusivamente da situação desregrada que o país atravessou num determinado período da sua vida.

E certo que nós não podemos acusar ninguém, mas isso não nos tira o direito de- impedir que se continue a fazer despesas insensatas e inteiramente dispensáveis numa época de crise nacional como aquela que atravessamos neste momento. (Muitos apoiados).

Eu sei, por exemplo, que pelo Ministério da Instrução, se mandaram adquirir carteiras escolares no estrangeiro, quando todos sabem que a indústria nacional trabalha nesse género com absoluta perfeição...

Vozes : — j Isso não podo ser!

O Orador:—Este exemplo só por si, mostra bom quanto se torna indispensável uma rigorosa fiscalização dos dinhei-ros públicos.

O Sr. Ministro das Finanças (Antórtio Maria da Silva):—Entre as propostas que eu tive a honra de submeter â apreciação desta Câmara e que desejaria ver discutidas e votadas hoje mesmo, encõn-tra-se uma que submete á aprovação do Ministro das Finanças todas as medidas que envolvam para o Estado o encargo de despesas com pessoal e material, superiores a 25 contos.

O Orador:—Eu terei muito prazer em dar o meu voto às medidas que S. Ex.a apresentou, porque elas são absolutamente necessárias para pôr um dique a este lamentável desregramento financeiro.