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de 3 de Fevereiro de 19X0

funda mágua aqueles que nos campos húmidos e longínquos da Flandres» tombaram em dofoza da causa sacrosanta da Pátria num. grandioso esforço de ousadia e de coragem, pcdenios porventura furta-ino-nos ao insignificante esforço, à mesquinha coragem do comprimir as despesas do Estado e as despesas privadas, única forma de resistirmos às dificuldades da hora presente V (Muitos apoiados^).

Referiu-se, é certo, o Sr. Ministro das Finanças às nossas riqilezas coloniais.

í)e facto as nossas colónias podem dar-nos muito daquilo de que carecemos, iião Só em ouro, mas mesmo em produtos agrícolas o em matérias primas de que temos imperiosa necessidade.

Teríamos até muita possibilidade de resolver a nossa questão alimentícia, a crise das subsistências, mas ô preciso chamar a atenção da Câmara e do país para o seguinte facto :

Ás colónias estão na situação de um cofre forte, cheio das cousas mais admiráveis e brilhantes, mas fechado sem que conheçamos o segrOdo de o abrir.

&as colónias encontram-se matérias primas, produtos de múltipla variedade, mas simplesmente as. colónias não têm portos capazes, nem caminhos ; de ferro para transportar em tempo comercial útil os seus produtos c seguidamente embarcá--los.

É facto que as colónias se queixam da falta de transportes, mas se os houvesse, dentro em pouco -não teriam nada que embarcar.

Daqui resulta uma outra necessidade urgente, qual é a de economizarmos somas avultadíssimas na realização de to-clos os melhoramentos, tanto nas colónias como no país, de maneira a podermos criar as fontes de riqueza capazes do dar as utilidades do que necessitamos para sair da situação actual.

E aí tem V. Ex.a que o déficit que hoje se encontra já numa soma avnltadíssima será amanhã muito maior, se quisermos ter era Portugal os transportes em condições de nos facilitar a vida dentro do continente, se quisermos arrancar ao solo todas as riquesas que Cio tem, e que só podem sor tiradas com muito dinheiro e muito trabalho.

Mas, feita a primeira parto da redução das despesas, é necessário procedermos

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de maneira que o País reconheça que todos estamos dispostos a trabalhar, a votar os orçamentos o a criar todas as limitações, para não fazermos despesas além do estritamente necessário, só então teremos direito a pedir ao Pais os sacrifícios que 6le tem obrigação do dar.

Tenho dito.

O orador não reviu.

O Br. Afonso de Melo:--Sr. Presidente : os parlamentares do Partido Republicano .Liberal, votaram que entrassem primeiro em discussão as propostas de carácter financeiro, para as quais o Sr. Ministro das Finanças chamou a atenção da Câmara, porque quiseram dar ao Govôr-no a primeira demonstração inequívoca do que estão dispostos a colaborar em todos 0s esforços tendentes a fazer-nos sair da difícil situação económica e financeira em que nos encontramos.

Em sogundo lugar, Sr. Presidente, porque comquanto esto Govôrao tenha sido constituído em condições muito excepcionais dentro da política portuguesa, Gste partido não podo esquecer que as ideás financeiras que acaba de apresentar o Sr. Ministro das Finanças, são de resto as ideas que poderiam expressar qualquer Ministro, porque são ideas sãs, ideas patrióticas e justas, as únicas que podem prevalecer no momento actual.

Os parlamentares deste partido não podem esquscer que, à responsabilidade das afirmações feitas pelo Sr.- Ministro das Fi-, nanças está também ligada a responsabilidade doutros Ministros seus coríeligio-nários que igualmente se sentam naquelas cadeiras.

O "projecto que está em discussão é a reprodução ampliada do salutar projecto da «lei travão», apresentado em 191H às Câmaras, polo Sr. Pr. Afonso Costa, e então votado como uma esperança de melhores dias para a Pátria portuguesa, há tanto tempo expeeimontuda polo contínuo» desiquilíbrio da sua situação financeira.