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Susto de 9 da Fevereiro de 1920

a Mesa, uma proposta que sendo duma importância grande, merece a atenção da Câmara, pois que visa a resolver uma situação grave.

O assunto deve ser resolvido com a urgência compatível com. o exame detido do assunto. « '

Eu estou 110 Ministério por desgraça minha, porque bem desejaria continuar na minha casa. Trabalho dia e noite, sem descanso e até, algumas vezes, sem ter o tempo indispensável para me alimentar.

Estou neste lugar no cumprimento dum dever e não para satisfazer vaidades. Se vaidade tivesse em ser Ministro, eu já a tiuha satisfeito há muito tempo.

Não vivo para aparências, mas para produzir o melhor que saiba e possa.

A crítica é extremamente fácil a quem não tem responsabilidades do poder.

Quem não ocupa este lugar não faz a mais pequena idea das dificuldades enormes com que lutam os Ministros.

Governar é bem diferente hoje do que era há dez ou vinte anos. Temos hoje que trabalhar em assuntos muito complexos e contar com factores absolutamente desconhecidos noutros tempos e ainda no novo regime.

Eu sei que a Pátria nada tem que me agradecer. Mal andaríamos nós ocupando um lugar desta natureza se pautássemos o nosso procedimento somente com a mira no que a História a nosso respeito pudesse rezar.

Sou uma figura tam reduzida !... (Não apoiado).

Terei apenas um consolo, ao abandonar este lugar: ter procurado na medida do possível, patrióticamente, não desser-vír o meu país, o que já é alguma cousa para um homem público.

Vou mandar para a Mesa uma proposta de lei aue diz respeito ao pessoal ferroviário do Estado.

Sei que vou naturalmente concitar contra mim a má vontade de muita gente.

Não deixo de reconhecer que a situa-çãu é deveras aflitiva para quem trabalha, e que tudo quanto é essencial à vida sobe de preço, e não haveria direito a reclamar aumento de vencimentos, se a situação se pudesse desde já normalizar. Emquanto a% situação permanecer como está, não se pode doutra forma garantir o pão a quem trabalha.

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Venho trazer à Câmara uma proposta por virtude da qual se aumentam os vencimentos ao pessoal ferroviário do Estado em verba que só conta por milhares de contos; mas é preciso que a Câmara veja que orçam por milhares também os agentes desses serviços.

ft fácil reconhecer, pelo acréscimo que representa, que o déficit é grande, e o Estado não está em condições de ocorrer a esse aumento.

Nestas condições apelo então para quem se utiliza dos caminhos de ferro do Estado : o passageiro ó quem' terá de pagar esta melhoria ao pessoal ferroviário.

Acho isto mais justo do que reclamar do Estado o que êfe não tem.

Mando para a Mesa a proposta de lei, e não poderei já pedir- à Câmara a urgência e dispensa do Regimento, por isso que já dei conhecimento dela aos lead,ers dos diferentes partidos, para que a Câmara possa votar sem necessidade de invocar argumentos, nem precisão de arrancar-lhe uma votação precipitada. Peço para ele unicamente urgência, e peço à comissão' de finanças considere o mais rapidamente possível a proposta para que seja discutida e porventura aprovada amanhã.

Falo assim com a noção das responsabilidades que assumi ao pronunciar estas palavras e porque entendo' que é necessário resolver este problema para nos podermos dedicar a outras questões de altíssima importância e que demandam uma resolução rápida. !>

Não vá, porém, alguém supor que eu faço uma ameaçja à Câmara. Conhecem todos o meu procedimento como Deputado e aquela correcção que sempro mantive em todos os meus actos, para não se poder supor que eu seria capaz dum tal procedimento.