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sempre caracterizados por uma grande ponderação e sé sou partidário duma sessão secreta neste momento <_> por julgar, com efeito, que assuntos há que mais à vontade e com maior latitude não devem ser tratados em sessão pública, por me parecer que alguns inconvenientes isso nos poderia acarretar.

Assinei aquele documento por um acto de carácter meramente pessoal, sem consulta próv?ia aos leaders do meu partido ou a qualquer correligionário, colega desta Câmara, ou fosse quem fosse.

Entendi que devia proceder sob a, minha inteira -o única responsabilidade, o que não aconteceria desde que podisso alguma opinião, quer resolvesse ou não acatá-la.

A política hoje não podo nem deve estar ciraunscrita por uiu apertado círculo de ferro 'como noutros tempos. A disciplina partidária cada vez menos há-de representar uma abdicação de inteligência ou modo de actuar. Devemos ter todos a hombridade de pensar com elevação e independência, não nos colocando na situação cómoda de mandar os outros pensar por nós ou adoptar cobardemente essa plataforma, reduzindo quási a zero as nossas responsabilidades para as descarregar em cima de outrem.

Folguei imenso em ouvir da boca do Sr. Presidente do Ministério as declarações há pouco feitas : «Todas as questões que correm pelas diversas pastas podem ser tratadas bem à luz do dia neste Parlamento, não havendo por isso necessidade duma sessão secreta»./

Posto que não esteja inteiramente de acordo, não posso deixar de manifestar, repito, o prazer que tive em escutar tais afirmações.

Declaro, todavia, que em nada estou arrependido de ter sobrescrito aquele documento, e, pelo contrário, estou certo todos reconhecerão, sem duvida, ter já pelo menos prestado este grande serviço: concorrer para provocar as palavras do Sr. Presidente do Ministério. Evitei também qualquer especulação política, que natural seria se viesse a dar. E ainda: não fiz sentir a uma minoria a sua fraqueza numérica, contribuindo com a minha aquiescência para que ela pudesse ter o número de que necessitava para a convocação da sessão que desejava efec-

Diário da Câmara doa Deputado» '

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tuar. É assim, Sr. Presidente, que eu julgo as maiorias se nobilitam e podem exigir das minorias o respeito que lhes é devido. E eu tenho tanto mais autoridade para o fazer quanto é certo que mais duma vez aqui tenho veementemente protestado quando elas tem exigências que nada justifica, provocando frequentemente uma certa confusão e desordem no andamento dos trabalhos parlamentares.

Creio bem ter suficientemente esclarecido a minha atitude. Registo com certa alegria a declaração do Governo.

Sobre as solicitações que me têm sido feitas para retirar a minha assinatura, inutilizando assim o requerimento feito, declaro que nunca o faria, não só porque julgo isso ser contrário ao Regimento, mas sobretudo porque jamais pratiquei um acto que a minha consciência condena. Até hoje tenho sido sempr.e tam escravo da minha palavra como do meu nome.

Depois das declarações do Governo talvez se possa julgar iuúiil o pedido para a convocação da sessão secreta. Conservarei, todavia, o princípio de manter as assinaturas que faço.

0 Sr. Cunha Liai: — Sr. Presidente : apesar do muito respeito que tenho pela pessoa do Sr. Presidente do Ministério, como valoroso republicano que é, não posso deixar de levantar uma expressão que me pareceu ter ouvido da boca de S. Ex.a, pois ela seria inconvenientíssima para o prestígio parlamentar.

Sr. Presidente : pareceu-me que S.Ex.a o Sr. Presidente do Ministério, no decorrer das suas últimas considerações, dissera que se cousas houvesse que o Governo não pudesse divulgar nem mesmo em sessão secreta as divulgaria.

Duvido de ter ouvido bem.

1 Sr. Presidente do Ministério, estarei em erro?

O Sr. Presidente do Minstério e Ministro do Interior (Domingos Pereira) : — V. Ex.a pregunta ?