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Diário da Câmara 'dos Deputado

dislau Batalha, mas também pelas que fez o Sr. Ministro do Comércio.

Sr. Presidente: quando aquele Sr. Deputado socialista começou o seu discurso referiu-se às palavras por mim e por outros oradores anteriormente proferidas, que havíamos tratado a questão sob um ponto de vista análogo, por uma fornia e pretendendo tirar ilações tam diferentes dês que logicamente se deixam tirar, que me vi obrigado a protestar imediatamente com toda a energia, opondo-me a que fossem deturpadas as minhas nobfrérrimas intenções.

Kepito, eu sou realmente um trabalhador e natural é que esteja sempre ao lado de todos os que trabalham, de todos frizo bem, não consentindo por isso sem o meu protesto que qualquer classe pela sua fôrça~numèrica ou natureza de serviços que desempenha, num egoismo incompreensível, pensa em si unicamente, sobrepondo-se em regalias aos seus outros camaradas que pela sua inferioridade numérica ou menos importância de serviço não podem exercer qualquer influência ou pressão nos G-overnos, Parlamentos e outros dirigentes, (Apoiados}.

V. Ex.a Sr. Presidente e a Câmara, hão-de desculpar o calor que estou tomando nesta discussão, mas "é natural que assim seja visto tratar-se dam ponto qae- julgo, fundamental, pela influência negativa que pode exercer para a organiza--ção sólida do trabalho e da sociedade de amanhã. Dum lado estão unidos todos os operários, todos os que trabalham lutando para mostrar a justiça que lhes assiste querendo impor-se à admiração de toda a gente sincera, demonstrando que nas sociedades de hoje é. unicamente pelo trabalho' que se conquistam melhores direitos, o bem geral e a estima e consideração recíprocas; do outro lado capitalistas ' e burgueses sentindo-se incapazes e sem forças para Malmente irem ao encontro daqueles e por isso procurando destruir-lhes a coesão procurando comprá-las ou suborná-las por todos os processos. E isto é tam verdade que as- greves começaram já a ter um carácter novo, pois ultimamente algumas têm sido incitadas e provocadas pelos próprios patrões.

Na greve actual não custa a aceitar que tal se dê. Mostrou o Sr. Cunha Liai, que tratou brilhantemente a questão, que

a maneira como os ferroviários abandonaram os seus colegas e ainda os interesses que podem advir à sombra deles para ou-trêm indica a evidência que por detrás da cortina alguém deve estar a incitá-los à greve.

Sr. Presidente: tenho sempre definido a minha atitude por uma forma tal, que ninguém duvidará da minha grande sín-.ceridade num desejo ardente do bem geral da humanidade, não podendo por isso compreender como aquele ilustre Deputado socialista pode procurar tirar as ilações que começou apresentando.

O processo mais fácil cómodo e rápido de captar simpatias e adeptos é aumentando salários e satisfazendo às cegas todos os pedidos e desejos. Mas um apoio alcançado .assim será efémero e eu para mim não ,o uso, pois o aplauso que nós precisamos é sobretudo moral e esse não se alcança por aquela forma.

Todos os que temos combatido mais anérrimamente a proposta .do Sr. Ministro do Comércio não negamos o direito incontestável que assiste aos ferroviários para melhoria de situação. Mas o que é preciso ver é BG dentro do poucos mesçs, talvez apenas três, não se encontrarão eles de novo numa situação difícil .e tendo imposto sacrifícios grandes a todos aqueles que não pertencem à sua,classe, outra vez virão ao Parlamento pedir aumento de salários sacrificando todos, cada vez mais.

E absolutamente necessário que os operários estejam agora e cada vez mais alerta defendendo-se «à outrance» de todos os meios que os seus inimigos procuram pôr em prática para os corromper e defenderem-se dos elementos propositadamente introduzidos no seu meio a soldo dos capitalistas que procuram por todos os processos anular a sua formidável acção levando os governos a empregarem contra as classes trabalhadoras a força armada, para o que a todo o momento usam dos métodos ainda os mais condenáveis.