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Há em tudo, não me canso de o repetir, uma moralidade. E indispensável que o operariado português apareça à luz do dia, entrando na sociedade, entrando na política, porque tem esse direito, porque tem esse dever, e à sua ascensão nem nós temos o direito de nos opormos nem tal queremos fazer. Mas se o operariado quere conquistar a situação que lhe é devida pela sua força numérica e pela sua força moral é indispensável que todos os actos que pratique sejam rodeados de cautelas o circunstâncias que demonstrem plenamente que encerra em si o mais profundo e arreigado amor ao trabalho e respeito pelas instituições.

Tendo eu sempre manifestado a opinião de que a República, para subsistir, precisa ir ao encontro das reclamações do operariado, desde que sejam legítimas, não me metendo medo as teorias, por mais avançadas que sejam, desde que estejam insufladas por um tal ou qual espírito de justiça, devo declarar que o •acto praticado agora pelos ferroviário» merece a minha condenação,

E, se me é permitido, apresentarei um ocnselho dum homem prudente, se não /pela idade, ao menos pelas intenções. 'E é: se os operários, pela força da sua organização, querem fazur uma obra nacional, necessário é que dêem ao país uma forte impressão de que eles se deixam conduzir nesta questão por razões superiores, baseadas na vontade firme de pelo seu trabalho forte, moralizador, trabalharem para ossa Constituição.

Sr. Presidente: dito isto, eu só tenho a lamentar que o Grupo Parlamentar Popular tivesse saído desta Câmara, pois creio que não pode ser indiferente que um simples Deputado se julgue por qualquer circunstância impossibilitado de intervir na discussão duma proposta de lei. (Apoiados).

Para lamentar é, pois, Sr. Presidente, que senão tivessem empregado os costumados esforços e as diligências que são de •uso para que voltassem à sala para concorrer com o seu esforço e inteligência, que tam necessários são para a República e para o Parlamento.

Parece-me, pois, Sr. Presidente, que a Câmara se deveria manifestar, no sentido de quo, por meio da Presidência, se façam as diligências convenientes junto dos

Diário da, Câmara dos Deputados ~

Srs. Deputados que saíram para que voltem à sala e intervenham, na discussão desta proposta de lei, pois de facto nem da rua nem do Governo pode existir coacção de espécie alguma. (Apoiados).

Sr. Presidente: quando um Governo está om contradição com a Opinião da Câmara não são os parlamentares que têm de sair da sala, é o Governo quo tem de sair.

Repito : parece-me, pois, que V. Ex.a, Sr. Presidente, sem interromper os trabalhos, poderá fazer as suas diligências no sentido desses Deputados voltarem a ocupar os seus lugares o intervirem na discussão do assunto com a competência que têm, a fim do quo os trabalhos continuem com toda a regularidade. .

Peço, pois, a V. Ex.a, Sr. Presidente, o obséquio de fazer com que esses Deputados voltem a ocupar os seus lugares.

Tenho dito.

Vozes: —Muito bem. G orador não reviu.

O Sr. Aresta Branco: — Não querendo entrar na discussão política, inscreveu-se apenas para quando o debate político tivesse terminado.

Vai entrar singelamente na apreciação da proposta tal como. a tem na sua percepção.

Porque não está de acordo com a proposta do Sr. Ministro do Comércio, precisa de analisar o artigo 1.°, pedindo a atenção da Câmara, e principalmente a atenção do Sr. Álvaro de Castro.

A propósito deste artigo 1.°, às 11 horas da sessão prorrogada do dia 27, susctiou-se entre o Sr.. Álvaro de Castro um ilustre Deputado um vivo combate, afirmando esse Deputado, que é o Sr. Cunha Liai— que ele, orador, mais do que ninguém lamenta não vor presente — que neste artigo estavam compreendidos os administradores dos Caminhos de Ferro do Estado, negando essa afirmação o Sr. Ministro.

Nessa altura, ele, orador, pediu a palavra para dizer então' o que pensava e para esclarecer o "que sabia.