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Sessão deT2 de Março de 1920

que, mantendo-se este ponto de vista, não tem razflo de ser o requerimento apresentado. Tenho ainda, Sr. Presidente, a esperança de que a classe ferroviária, atentos os argumentos dos vários oradores que entraram neste debate, retomará imediatamente o trabalho, independentemente da conclusão da discussão desta proposta.

O Sr. Presidente: — Vai votar-se o requerimento do Sr. Dias da Silva.

O Sr. Malheiro Beimão :—Invoco o § 2.° do artigo 116.°

Feita a contagem verificou-se que estavam de pé 47 Srs. Deputados e sentados 22.

O Sr. Presidente:—Está aprovado o requerimento.

O Sr. João Gonçalves: — Saliento, Sr Presidente, a esquisita psicologia desta Câmara, tendo hoje uma orientação com-pletamente diferente daquela que ainda há bom pouco tempo teve para com o Ministério do Sr. Sá Cardoso, quando tratava com os grevistas da Companhia Portuguesa.

Então o Governo do Sr. Sá Cardoso foi terrivelmente acusado por descer a tratar com os grevistas. E exalta-se agora o procedimento deste Governo por tratar com eles!

Sr. Presidente: este Parlamento, não pode impor-se lá fora, porque não se sabe o que ôle pensa sobre determinado as sun. Esta tremenda situação em que nos encontramos é a conseqhCncia do Parla-mento, a tempo e horas não ter estudado convenientemente as questões, protelando--as constantoincnto-.

Quando aqui se tratou da equiparação de vencimentos e do aumento aos funcioj nários públicos, o nosso dever era ir ao encontro dessa questão.

Sr. Presidente: nós precisamos de reflexão para que não sofra o nosso brio de Deputados. Nós tinhanios do atender não só a esta greve, mas à situação do todas as classes que reclamem.

Não se tem feito assim.

Atende-se só aqueles do que há receio, e deixam-se todas as outras. O que era

preciso fazer neste momento, era tratar da questão da equiparação de vencimentos dos funcionários civis.

Não se tem feito nada disso e nós vamos votar um projecto que, nos é imposto com as facas aos peitos. E o que se deduz da carta que hoje os ferroviários fizeram publicar e quê aqui foi lida. É preciso que o Parlamento pondere nesta carta e nas palavras do homem de bem que se chama Machado Santos, que vendo o estado da economia e das finanças do seu país vem gritar bem alto para que vejam o que estão fazendo.

ji preciso acautelar as operações de futuro resgate.

Sr. Presidente: entrando na discussão do artigo, eu lembrarei a lei n.° 880 que não permite que uni funcionário tenha mais de 130$00.

Nós estamos numa República em que uns são filhos e outros enteados. Quem não tiver espadas, nem puder fazer sabo-tage nada consegue.

Não se deviam aumentar os • salários dos ferroviários, sem se-melhorar a situação aflitiva em que vivem os funcionários públicos.

Sei que há funcionários públicos que tom os filhos em casa sem poderem sair, em consequência de os não poderem calçar. Esses funcionários nunca tiveram o mais pequeno subsídio.

Pregunto se a classe ferroviária não tem contemplação com estes funcionários, querendo apenas só para eles aumento de t salários e vencimentos.

É horrível a situação dos pobres funcionários que há muito tempo reclamam aumento do vencimento, para poderem viver.

Devemos procurar receita, para fazer face aos aumentos que reclamam os funcionários públicos. Temos de olhar para todos os portugueses por igual.

Não quero colaborar nesta proposta do lei qne sanciona um acto injusto, porquanto não se atende a todos.

E necessário acautelar os interesses do Estado, não perdendo de vista o futuro resgato das linhas da Companhia Portuguesa.