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Diário da Câmara, dos Deputados

rar, não queira beneficiá-la por meio da irrigação.

Essa» doutrinas estão antiquadas, hoje já ninguôm as defende..

E entendo que não é razoável que. as câmaras façam por conta própria a exploração agrícola.

Disse o Sr. Bacelar que o facto de pôr em. hasta pública,, não significava utilidade.

Em Inglaterra, em Fevereiro, adoptou-se exactamente essa medida.

O Sr. Afonso de Melo:—Eu. também sei o que se passa em Inglaterra.

Diálogo entre o orador e o Sr. Afonso de Melo.' •

O Orador: — A interpretação do Sr, Afonso de Melo é de hipóteses, de- hipóteses só, e S'. Ex.a quo me veio fazer a acusação de estar a fazer poesia, estando a argumentar no terreno das hipóteses, veio cair no terreno da poesia, fazendo argumentação do hipóteses.

Como feita, a lei, feita a malícia, não há lei, por mais bem feita que não seja susceptível- de ser sofismada, não se obtendo com ela o fini desejado.

Continuo no. meu ponto de vista. Não ó possivel continuar-se no mesmo sistema.

Resolveu-se diirautt! a guerra, em todas as nações, obrigar as terras a produzir -o indispensável, para sustento do povo..

Não é possível,- num. regime deficitário de produção agrícola, que ó a principal causa da carestia da vida, de que está sofrendo Portugal, que se não deixe de-apli-car a doutrina que este projecto de lei preconiza.

Já em 1917 tive ocasião de estudar a mobilização da agricultura, que era uma obrigação d© interesse geral. "

Já então entendia que, em face das. necessidades da guerra,, não podia ha-ver liberdade de não cultivar as terras, reduzindo inteiramente à fome o povo, sem haver necessidade de o conduzir à anarquia. .

As responsabilidades do estado actual, em. que nos encontramos'-—e fácil é lançar sobre o Parlamento- as responsabilidades— são de-todas as classes do país, das que pr.oduzuin o das que não produzem, são do egoíamo dos proprietários que.

não souberam ver que o seu interesse imediato não era. o interesse da Pátria, (Apoiados), são dessas ciasses que sacrificaram à satisfação do seu. egoismo, a tranquilidade social..

É d? s classes operárias- que não sabem se não reivindicar aumentos de salários e-de ordenados, o que é mais fácil para entusiasmar as massas, sem se importarem. com o aumento da capacidade indus- ' trial. (Apoiados).

Creio que a revolução social só'-pro-dázira ruínas em Portugal, como Máximo Gorki predizia, para a Rússia, porque reconheço, como reconhecem os próprios operários que eles não tOm capacidade- técnica e intelectual, para substituírem nina situação que já é péssima, por outra, que será ainda pior.

A culpa é dos próprios funcionários públicos quê não fizeram, como lá fora, o estudo duma modificação económica e que não se .importam com o êxito da tentativa duma cooperativa destinada ao' funcionalismo público que podia contribuir para o abaixamento da carestia da vida.

A culpa do facto verificado pelo. Sr. Afonso de Melo, é absolutamente resultante da nossa . adaptação ás velhas regras sociais, aos nossos hábitos inveterados.

As transformações sociais em marcha, quer' queiram quer não, seguirão como força criadora no momento da desilusão do povo.

Q Sr. Presidente: — Está esgotada a inscrição na generalidade do projecto de lei. Vai votar-se.

Foi aprovado na generalidade.

O Sr. Presidente: — Vai ler-se, para entrar em discussão na especialidade, o artigo 1.°

Leu-se.

Foi a aprovado, o artigo 1.° sem discussão.

O Sr. Presidente: o artigo 2.°

Está em discussão