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belecer para a promoção dos oficiais milicianos o que está estabelecido na organização de 1911, fazendo-se as promoções ato o posto de major, depois do qual se fixam dois quadros diferentes. Contra esta maneira de ver insurjo-me, porquanto entendo que os oficiais, uma vez pertencentes ao quadro permanente, devem perder a sua qualidade de milicianos. Estabelecer, pois, duas categorias é, além de injusto, ponco de molde a manter a disciplina militar. Eu conheço, 6 certo, os inconvenientes apontados pela comissão de guerra nas promoções além de major.

Pregnnto eu:

O muito que se gaste para mantermos um exército digno desse nome é menos do que o pouco que se consuma com um exército mal organizado. (Apoiados).

íár. Presidente: embora eu não seja do metier, não kesito em afirmar que necessitamos do fazer a reorganização do nosso exército. Não desconheço as enormes transformações que são aconselhadas pela experiência obtida na grande guerra. Ela trouxe-nos grandes ensinamentos. Os nossos distintos oficiais muito aprenderam nessa guerra, em que intervieram com todo o brilho e heroicidade..

Muitas transformações se recomendaram. Sei, por exemplo, as que foram introduzidas na arma de infantaria, como seja a adopção nessa arma dos serviços de metralhadoras ligeiras.

Sei que se criaram as unidades de carros de assaltos e aéreos. Nada disto temos.

•Se quisermos dispor dum exército devidamente organizado ó necessário acompanharmos o organismo moderno dos exércitos. Eu entendo que o deveremos ter, pois as guerras não acabaram. A necessidade da acção do exército surge muitas vezes inesperadamente, e assim deveremos dispor dele em condições de ser uni bom instrumento de defesa.

Seria mesmo conveniente, sob o ponto de vista da mobilização das indústrias

Diário da Câmara dos Deputados

particulares, fazer-se um criterioso estudo que nos pudesse dar a medida do que poderíamos alcançar num dado momento em que tal mobilização se tornasse indispensável. Seria muito interessante atender à conveniência de tornar útil a nossa rede ferroviária, não só sob o ponto de viste, económico, como também sob o ponto de vista estratégico. Temos,, emfim, de pôr o nosso problema da guerra ein relação ao nosso problema nacional. Teremos ainda— e para isto chamo a atenção do Sr. Ministro d# Guerra — de intensificar a nossa instrução preparatória. •

• Tudo nos diz que se torna necessário meter no nosso exército esses oficiais milicianos que na grande guerra mostraram a sua elevada competência e deram provas das suas qualidades de comando.

A função da entrada dos oficiais milicianos no exército tem de ser encarada também debaixo do ponto de vista — e eu afirmo-o com todo o desassombro —político. Admito que no estado de guerra não nos tenhamos que preocupar com as ideas políticas que cada um tenha. Se amanhã Portugal se' lançasse noutro conflito idêntico ao da Flandres. todos éramos patriotas e todos defendíamos o princípio da Pátria, o princípio nacional. Mas, dentro das instituições republicanas, dentro da paz na Eepública, é absolutamente indispensável que a política do saneamento do exército se realize, e o exército represente em Portugal, além da função da defesa da Pátria, a função da defesa das instituições republicanas. A República seria tola se entregasse aos seus inimigos, além das armas com quo a poderiam ferir, ainda situações de preponderância dentro das fileiras do nosso exército.