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Sessão de 14 de Abril de 1920

palavra, que em toda a parto onde houve luta pelos princípios democráticos se bateram pela causa republicana, ou contra a mistificação grosseira dum imperialismo ridículo e grotesco de barrete frígio estrelado ou contra a infâmia desmascarada, que, arrancando esse barrete frígio, ostentava a coroa de realeza que a Rotunda atirou por terra em Outubro de 1910!

E, pois que não costumo faltar aos compromissos que tomo, ó a cumprir esta promessa que hoje venho, e com tanta mais satisfação o faço quanto é certo que é convicção minha de que assim presto mais um serviço à República, à qual já alguns serviços tenho prestado e pela qual já algumas horas de provações tenho passado e feito passar, aos meus. Sei que . estou sendo imodesto, mas • pode V. Ex.a acreditar que estas palavras me são arrancadas num grito de muita sinceridade republicana.

Sei que há quem contrariamente pense, quem se assuste com o agravamento das •despesas a fazer pelo nosso Tesouro Público, quási arruinado, mas, Sr. Presidente, quem assim fala, quem assim pensa, pouco repara, decerto, na indiscutível necessidade que a República tem de possuir, para sua defesa, um exército estruturalmente republicano.

Tenho ouvido dizer, e quero crer, que há dentro das fileiras do exército, nos quadros permanentes, muitos e muitos dedicados amigos . da .República. Assim será, mas nem todos os amigos servem para todas as ocasiões e postos à prova, em determinados momentos, esses amigos íalham muitas vezes. E assim é, porquanto, quando os ares se entroviscam, quando os canhões troam, quando as balas sibilam, de dentro das fileiras do exército português, com dolorida mágua, com pesar o constato, de dentro das fileiras deste exército brioso, que em todos os tempos soube bater-se, desde o norte da África aos confins da índia, de dentro das fileiras do nosso gloriosíssimo exército, surge, para vergonha de todos nós, a fauna incrível dos neutros, daqueles que não são nunca nem peixe nem carne, •daqueles que aproveitam todos os pretextos para se não baterem, daqueles que já chegaram até ao impudor de afirmar qpie faziam da sua profissão modo de 'eid^ o n Só modo de morte»

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Já aqui se disse, e eu quero crer que assim foi, que aos portugueses coube em sorte dois fronte. Um dolos foi o front da 'França, onde aquela parte do exército que Norton de Matos organizou se b-ateu com galhardia, honrando as tradições da raça.

Dos direitos e regalias justamente conquistados por tam famosos soldados, falou com brilho invulgar e com directo e honroso conhecimento de causa o Sr. tenente-coronel Helder Ribeiro, ao tempo Ministro da Guerra.

A tal respeito nada mais há a dizer.

O outro front foi o de Portugal, e daqueles que aqui se bateram também eu posso falar, porquanto alguns vi na abençoada tarefa de derrotar, a dentro das nossas fronteiras, os boches que à traição se tinham apoderado das nossas melhores posições.

Quanto aos que entraram em todos os movimentos republicanos que precederam o de Monsanto, quanto a esses não podem restar dúvidas porque só almas estruturalmente republicanas podiam estar então a nosso lado.

Quanto aos outros, que a escolha seja rigorosa, que a destrinça seja cuidada e honesta; mas, de facto, a República precisa dum exército bem republicano que a defenda em todas as suas emergências perigosas e até nas horas de extremado radicalismo que a passos gigantescos se aproximam»