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Sessão de 20 de Abril de 1020

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obrigados a vendê-la actualmente. Eu tenho-lhes respondido, invariavelmente, que não tenho nada que vor com isso, visto que os não tinha impelido a fazer compras de trigo por preços superiores aos fixados por lei.

Há efectivamente uma certa existência do trigo nacional que está assambarcado pelo lavrador, que procura por todas as formas furtar-se aos preços da tabela. Para conseguir fazer o arrolamento desse trigo 'tenho eu empregado todos os esforços. tendo enviado para dois distritos do Alentejo um grupo de fiscais e até varejo, o dado as providências necessárias para evitar que esse trigo fosse drenado para qualquer outra parte, para o que dei ordem para todos os distritos para se impedir a saída de qualquer quantidade de trigo sem ser acompanhada da respectiva guia de trânsito.

E certo que o comércio de trigos é livre, e que a lei mo não autorizava a tomar semelhante procedimento, mas, perante a necessidade de arrancar esse trigo das mãos dos lavradores gananciosos, eu não hesitei e julgo ter cumprido o meu dever.

O Sr. Brito Camacho: — O que ora preciso era arrancar as orelhas a alguns administradores.

O Orador : — Têm-so praticados os actos mais criminosos nesta questão de^tran-'sacgão de trigos e seus transportes. Eu sói que há trigo que ó enviado para o Algarve e daí para Espanha, que nos tem levado tudo, mesmo aquilo de que não necessita. Encontrei -me, porém, em face de factos consumados, dos quais não tenho a monor responsabilidade.

Eu quero realmente saber qual a quantidade do trigo, não para distribuir em Lisboa, mas para a provi ncia?/ porque há distritos, como por exemplo, Évora, que sofrem a falta de farinhas.

Já que V. Ex.as mo chamam a terreno, ou não posso deixar de tornar pública a informação que particularmente dei ao Sr. Ounha Liai. Estou aqui para dizer a verdade ao país.

A farinha que estou dando a comer em Lisboa ó unia reserva de 3 milhões de l.a e l milhão de 2.a

Só tal só não fizesse, Lisboíi estaria

^o:n pFio: isto porque não (•Ii(\(iior

um vagão com carregamento de trigo que devia entrar em 30 do Março, e só chegará a 2õ deste mês.

A dificuldade tem sido por se considerarem como concelhos limítrofes de Lisboa Vila Franca do Xira, Cezimbra, Sintra e Cascais.

Querem V. Ex.RS saber ?

Tenho recebido de Vila Franca de Xira constantes pedidos de farinha; pois uma entidade do Porto pediu guias para transporte de farinha para o Porto! Essa farinha foi apreendida.

Interrupção do Sr. Manuel José da Silva.

O Orador: — As povoações limítrofes são fixadas pela lei n.° 960, o essa tenho-a eu aplicado.

Desde quo estou na pasta da Agricultura as ilhas têm sido abastecidas na medida do possível, mas o quo eu não posso é fazer trigo nem farinha das pedras da calçada. O trigo quo ou possa adquirir agora não vem este mês, podendo vir talvez daqui a mês o meio, trabalhando eu deste modo para que quem vier a ocupar o meu lugar não encontro situações difíceis de resolver.

,0 Sr. Cunha Liai fez as suas considerações como ataque, parecendo querer dar a impressão de que .o actual Governo ó o responsável por estas cousas. Fez S. Ex.a o seu ataque de política geral, mas encaremos as cousas como são e há--de reconhecer-se que o Ministro da Agricultura não tem qualquer responsabilidade, esforçando-se antes por remediar situações quo encontrou, isto não pela incompetência dos homens, mas sim filhas das desagradáveis circunstâncias que se apresentaram em muitas ocasiões.

O que o Sr. Cunha Liai trouxe à tela da discussão como um fenómeno extraordinário foi simplesmente — e é importante — a candonga quo a moagem faz do trigo nacional com-o exótico, visto que, tendo a liberdade de meter o trigo nacional e não havendo controle para esse trigo, o diagrama só tem fiscalização para o exótico.