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Sessão de 21 de Abril de 1920

E necessário que o nosso Parlamento, olhando bem de frente o problema social •da época actual, não queira, por um paradoxo monstruoso construir as modernas civilizações africanas com a escumalha da metrópole, com aqueles que pretendem violentamente, contrariamente ao princípio da evolução, modificar o regime da actual sociedade.

E ó por isso que eu, um humilde, mas coerente com a minha consciôncia, ousei tomar parte neste debate, a fim de lançar o meu grito de revolta e reprovação e para conseguir que como português, como filho das colónias e representante aqui de uma delas, fique registado,, em letras •de fogo se preciso for, o meu mais caloroso, veemente e patriótico protesto.

Tenho" dito.

Vozes: — Muito bem, muito beni.

O Sr. Presidente: — O Sr. Dias da Silva pediu a palavra para um negócio urgente. Eu tenho de elucidar a Câmara que a discussão a que se está procedendo é tambôrn dum negocio urgente. Em todo o caso, eu não quero deixar dó consultar a Câmara sobre o requerimento, do .Sr. Dias da Silva, e a Câmara decidirá se o negócio urgente de S. Ex.a se deve intercalar no meio desta discussão ou se «deve ficar para depois.

Os Srs. Deputados que entendem que posso dar já a palavra ao Sr. Dias da Silva para um negócio urgente . „• .

Protestos.

Trocam-se vários apartes.

O Sr. Brito Camacho (sobre o modo de votar}'. — Sr. Presidente: elucidando a Câmara V. Ex.a observou que a proposta •em discussão, da autoria do Sr. Ministro -da Justiça, foi considerada urgente e .admitida à discussão com dispensa do Regimento. E absolutamente verdade,, e isso seria uma razão para nem sequer ser consultada a Câmara sobro o requerimento do Sr. Dias da Silva. Simplesmente este requerimento foi prejudicado •oiiíuin polo> facto do durante toda a sessão sor discutido outro assunto.

Portanto, achando que V. Ex.R fez muito bem elucidando a Gamara, eu neho que ola nilo está inibida de dar a rua a:;rGv:i(«íLo a^ r-op^o r.^eiitc do Sr. Diac .

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da Silva, pelo facto de estar outro em discussão.

Pode o assunto, cuja discussão se propõe, não ser urgente, mas a razão aduzida por V. Ex.a não colhe.

O Sr. Eduardo de Sonsa (sobre o modo de votar]: — Sr. Presidente: eu entendo que tendo sido dada para ordem do dia a proposta que agora estava em discussão, há duas ou três sessões, e tendo já sido interrompida essa discussão por várias vezes, uma delas por; motivo da interpelação do Sr. Costa Júnior, eu entendo, repito, c^ue para o bom e regular trabalho desta Câmara se poderia dar a interpelação do Sr. Dias da Silva para depois do terminada a discussão do projecto o que se está discutindo.

Digo isto, porque constantemente nosta Câmara, e dos de há muito, se vêm encadeando uns projectos nos outros e afinal não se chega a aprovar nenhum deles.

O projecto dos milicianos já foi interrompido duas ou três vezes.

Na questão do dezemfoismo as moções que foram apresentadas foram prejudicadas pela questão das oleaginosas.

Se eu" falo no dezembrismo não ó porque queira renovar esta~ questão, tanto mais que era o Sr. Aresta Branco que se seguia a mim no uso da palavra.

Por esta fornia nunca se chega a um resultado definitivo.

O Sr. Augusto Dias da Silva: —Requei-ro a contraprova e invoco o § 2.° do artigo 116.°

Procedeu-se à contraprova e à contagem.

Q Sr. Presidente:—Estão de pé 46 Srs. Deputados. Sentados 21. Está rejeitada.

' O Sr. Hermano de Medeiros : — Qual é o quorum?

O Sr. Presidente :—É de 46 Srs. Deputados.