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Sessão de 22 de Abril de 1920

Mais parece aquele recinto um lugar aprazível de recreio e correcção do que um cárcere. ^

O tratamento aos internados é igual à alimentação usual cá fora. Não há diferença. 0& alimentos tem de ser sempre os indispensáveis para a conservação de forças e de saúde. Variam em quantidade e qualidade, reguladas om harmonia com o comportamento dos presos, b que os leva a bem comportar-se para saborearem melhor os prazeres da mesa. Os reclusos menores têem uma hora diária para gimnástica. Se os condenados" tCm filhos menores, são estes obrigados à escola gratuita duas horas diárias. O trabalho constitui a princípio dever, depois' devoção e' prazer.

j Pois é ali dentro, Sr. Deputados e Sr. Presidente, que está urna prisão para os maiores criminosos do Japão!

£ Não existem ali grades, e assim poderão preguntar como pode isso ser ?

De um modo muito simples.

No Japão que é a Inglaterra do Oriente, quando um desses criminosos pretenda passar( além daquele valado logo apanha um tiro de pontaria certeira.

Mais nada!

De resto, tem um bom tratamento, trabalhando como ,os homens livres, apenas com sentinela à vista.

Desta forma eles habituam-se ao trabalho è regeneram-se.

Não há ali instalações sumptuosas.

Apenas umas instalações de madeira com janelas de papel.

Tinas para lavagem, mobiliário correcto mas simplicíssimo.

Desta forma acontece o seguinte: muitos desses criminosos, passado um certo tempo já estão regenerados e habituados ao labor quotidiano de que percebem proventos maiores ou menores, proporcionais ao comportamento de cada um.

Todos trabalham, pois aqueles que o não quiserem fazer apanham com um chicote de 9 caudas, e assim tem de trabalhar por íôrca ou por vontade.

Todos ali trabalham, pois isto é, todos aqueles que sojam fortes e estejam aptos para ò trabalho, acontecendo ato como consequência necesssária, um caso cu-

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penhos para não sairem da prisão onde se1 encontram.

Embora curioso, é autêntico e verdadeiro.

Para obviar aos inconvenientes que da-qui provinham, o Japão fez o seguinte-que passo a narrar à Câmara.,

Criou umas instituições femininas, de carácter regenerador, destinadas a tomar conta desses presos e olhar por eles, até completa regeneração, à semelhança do-que aqui se fez, mais limitadamente, com as Madrinhas de Guerra.

Essas instituições tomam a responsabilidade dos presos cuja culpa já foi espiada, e vigiam-nos até. a sua completa regeneração, dando-lhes dinheiro para comprar tabaco, guiando-os pela vida foray proporcionando-lhes conselhos salutares e procurando-lhes sempre ocupações honestas.

Aqui termino o relato.

Eis o que se passa no Japão, e exposto demasiadamente o "que se faz actualmente, naquele moderno pais, a propósito de castigos aos criminosos.

,jO mesmo há a fazer-se cm Portugal?1

Muito simples, simplicíssimo. •

É tratar do quanto antes, dispor as cousas com. espírito prático, por forma a que os criminosos, em vez de seguirem para as colónias, onde vão contaminar as populações indígenas, sejam aproveitados cá na metrópole, trabalhando em artes © ofícios, ou nos campos arroteando-os em proveito seu ou da nação.

Não se compreende, demais a mais que escasseando os braços em Portugal, 'sobretudo nos campos, devido ao vício do urbanismo e devido também à larga emigração que existo nós estejamos a desprezar esses braços que, embora de criminosos, podiam bem prestar grandes trabalhos em benefício da sociedade e até em próprio benefício dos criminosos, visto que pelo trabalho mais facilmente se consegue a regeneração.

Esses homens vão para as,províncias ultramarinas; alguns deles, contaminar a raça, visto q^.e em geral o criminoso é um degenerado.

O homem que pratica crimes, especialmente se essc-3 criTELes revestem sina fcr°