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Diário da Câmara dos Deputados

Vaz Guedes declarasse sf> eu fui alguma vez perante qualquer Ministro, qualquer autoridade ou funcionário pedir, ein meu' nome pessoal ou duma das firmas a que ' pertenço, para patrocinar quaisquer fornecimentos a câmaras ou outras corpora-' coes administrativas.

Devo dizer, Sr. Presidente, que um dia, que já vai longe, o Sr. António Granjo e o Sr. Alves, dos Santos, que muito gostaria de ver aqui presente, se me dirigiram a interrogar-me...

O Sr. António Granjo: —

O Orador:—Era isso mesmo o que eu ia acrescentar'. Era natural que S. Ex.as me preguntassem o que havia a tal respeito, e eu respondia a S. Ex.as que estava completamente tranquilo, e. não só pedia, mas exigia, que se informassem perante qualquer Ministro ou funcionário se eu tinha alguma vez pedido ou patrocinado quaisquer fornecimentos de milho a câmaras ou outras corporações, o que podia ter muito bem sucedido, mas que, graças à Providência,-"nunca sucedeu. Tive desta vez muita sorte.

Mais tarde falei com o Sr. Alves dos Santos, a quem disse que ia escrever uma carta ao presidente da comissão de inquérito, para lhe pedir, e até exigir, se o pudesse fazer, que indagasse junto das pessoas que superintendem ou superintenderam no fornecimento de milho às corporações administrativas o que havia, se é que alguma cousa havia, a meu respeito.

S. Ex.a dissuadiu-mo disso, e eu resolvi1 aguardar serenamente que a comissão Qoniimiasse procedendo ao inquérito ao extinto Ministério das Subsistências, onde, que me recordo, nunca pus os pés.

Não sei ao cúiiu aiuiui liujo, e posso assegurá-lo sob minha palavra de honra,' quem sáo os funcionários que .superintendem nos fornecimentos às câmaras municipais. Penso que deverá ser o Director Ge%al do Comércio, Sr. Joaquim Bel-' ford, ou o Sr. Borges de Sousa, dois funcionários distintíssimos e honestos.

Pois bem. Dá-se a circunstância curiosa de que talvez há um mês apenas que estabe-

leci relações com estes senhores, a quem não conhecia à data da carta dessa firma, a quem anteriormente nunca me dirigi, e, portanto, a quem anteriormente nunca' pedi qualquer cousa.

Pregunto: £ alguma vez me viram levantar aqui a minha voz para protestar sequer contra quaisquer medidas legislativas emanadas do Ministério da Agricul-íura ou do Comércio, que afectassem os meus interessas, embora tivesse o direito de o fazer, e na verdade algumas medidas dessas os têm afectado?

(j Querem V. Ex.as ver até onde chegam as insinuações?' Um querido amigo meu, talvez há um mês, levara ao meu conhecimento que alguns adversários políticos meus tinham lançado esta atoarda: de que na IJôlsa de Lisboa e n provocara a alta das acções da Navegação, estando eu ligado à comissão de marinha, onde o •caso dos vapores ex-alemães tem sido debatido.

Não tenho uma tal influência financeira, nem a quero ter porque não sou jogador profissional, nom do Bolsa, nem doutros jogos, que aborreço.

Mas a notícia maguou-me, e maguou--me pela simples razão de que tendo, por mero acaso, jogado na Bolsa de Lisboa, e tendo papel dessa Companhia, estava perdendo 20 contos, e fui eu que levei ao seio da comissão de marinha a ideia de que seria conveniente para os interesses do Estado dividir à frota em dois lotes, pois receava que ela fosse cair toda nas mãos da Empresa Nacional de Navegação, que ficava sondo um potentado sem concorrentes.

• Citei até casos do meu conhecimento particular, e podem desmentir-me, se não for verdade o- quo digo, o Sr. Álvaro de Castro, e mesmo o Sr. Ministro do Comércio, quet estavam presentes nas reuniões da comissão de marinha em que tratei do caso.

Lancei essa idóa um meu .prCJui/,0. Acima dos meus interesses estavam os do Estado.

Não me teria ocorrido essa idea, não a lançaria sê tivesse em mira os meus interesses, -