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Diário da Gamara dos Deputado»

pi\opor ao Congresso que ele se constitua em alto tribunal.

Sala das Sessões, 2» de Abril de 1920.— Pelo Partido Republicano Popular, Júlio Martins — Cunha Liai.

Para a Secretaria.

Prejudicado.

O Sr. Presidente:—Peco a atenção dos Srs. Deputados. ,- (

O Sr. Plínio Silva pediu a palavra para uni negócio urgente.

Devo dizer à Câmara que o assunto que S. Ex.a deseja tratar não o considero urgente, pois é um assunto da atribuição de todos os Srs. Deputados.

E certo que o Sr. Plínio Silva deseja que a presidência da Câmara faça publicar quanto antes as notas de tudo quanto se disse na sessão passada, a fim de que os Srs. Deputados possam rever rapidamente essas notas, para que a sessão represente fielmente tudo quanto aqui se disse para a Câmara ficar beni elucidada.

Eu julgo que o negócio não é urgente, mas como S. Ex," insiste, consulto a Cá-mara sobre se vota a urgência.

S. Ex.a não reviu.

O Sr. Plínio Silva: —Apenas duas palavras para esclarecer á razão do meu pedido, que estou certo todos compreenderão facilmente pela leitura simples da minha moção, redigida por forma tal que sem dúvida a Câmara concordará com a minha maneira de ver.

Todos lastimamos a agitação e paixão que imperou durante a discussão agora terminada.

Natural seria que pertencendo eu ao número dos Deputados mais novos da Câmara, me deixasse influenciar por um kn-pulsionisrno, que seria até certo ponto desculpável.

Confesso que me foi preciso empregar um grande esforço para manter .toda a calma dimrnte a discussão travada.

Não sucedeu o mesmo à maioria dos nossos colegas, e isso deu em resultado terem sido ditas nesta casa frases que es-. convencido não terão a intenção que denotam nem o significado que lá fora já lhes estão dando.

Eecordo-me por exemplo que o Sr. Júlio Martins, ilustre leader do Grupo Parlamentar Popular, quando da votação da

moção do Sr:- António Maria da Silva que em contraprova teria sido aprovada por 32 votos contra -31, se o quorum não fosse superior a 63, preparando-se para abandonar a sala, disse : «Fiquem com a moagem».

O Século de hoje escreve ô seguinte: O Sr. Cunha Liai exclama no auge da maior indignação :

Ah ! Sr. Presidente, desta vez ainda a moagem me não cala; tenham a certeza disso.

^0 que significam estas frazes, Sr. Presidente e tantas outras do mesmo gá-nero ?...

Não sei.

O que sei é que para prestígio de todos nós, é indispensável que se faça rapidamente a impressão de tudo quanto aqui se disse, pois só com elementos seguros nós poderemos julgar com justiça.

Creio bem que todos os meus colegas estarão de acordo comigo, aprovando por sso a minha moção.

O Sr. Nóbrega Quintal:—O Sr. Plínio Silva não pode discutir deliberações da Câmara.

Só podia pedir a palavra sobre a acta.

O orador não reviu.

O Sr. Mem Verdial (sobre o modo de votar):—Sr. Presidente: quere-me parecer que talvez se V. Ex.a mandasse aos vários Srs.. Deputados, uma prova tipográfica do Diário, referente à sessão de ontem, se obtivessem as vantagens que o Sr. Plínio Silva deseja conseguir com o assunto do seu negócio urgente.

Como V. Ex.11 sabe, as notas taquigrá-ficas são mandadas aos Deputados isoladamente, sucedendo por vezes que se vê no relato das sessões uma referência de qualquer Deputado, que não tem correlação com qualquer frase prolerida anteriormente, isto devido ao facto da nota taquigráfiea não ter sido explícita o o Deputado não se lembrar da resposta que tinha dado a um aparte.

Portanto se V. Ex.a mandar distribuir a cada um dos Srs. Deputados, uma prova tipográfica do Diário das Sessões de ontem, tudo ficará remediado de harmonia com os desejos do Sr. Plínio Silva e certamente de toda a Câmara.