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Sessão de 29 de Abril de 1920

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Infelizmente neste país não só sabe prestar justiça aos homens de honra, que põem a sua dignidade acima de todo o interesse.

Sr. Presidente: tenho apesar de não poder manter a serenidade que está na minha índole^-

Mas isto magoa-me extraordinariamente, embora" outros lhe não dessem importância alguma, demais estando-so .acima de todas as suposições como eu estou, e quando é corto que o meu nome não se encontra ligado directamente ao caso, mas apenas pela razão de fazer parte duma firma que fez essa proposta à Camará da Figueira da Foz, a qual nada teria de extraordinário, se .dessa firma não fizesse parto um Deputado.

Convêm notar que tendo sido avisado por um amigo da carta que 'a Câmara da Figueira da Foz recebeu dessa firma, imediatamente fiz sentir a leviandade que haviam, tido e proibi-lhes terminantemente qualquer entendimento fôss^ com quem fosse para fornecimento do milho a fazer pelo Ministério das Subsistências, em que fosse intermediária. E, na verdade, nenhum fornecimento fora- feito sem intervenção minha ou dessa firma.

Eu que tenho tido o escrúpulo de recomendar às firmas do que faço parte que nunca façam aos Governos propostas de. fornecimentos, ou quaisquer outras, com o que elas têm deixado de ganhar muito 'dinheiro, eu que tenho perdido e deixado de ganhar dezenas 'de contos por causa da minha situação de Deputado, que quis sempre através de tudo fazer respeitar, ainda por cima recebo destes agradecimentos!

A impressão que sinto é tam grande e tam .intensa que difícil se me torna relacionar idoas para alongar o meu discurso.

^^ou, portanto, terminar, pois, creio, já ter dito o bastante; mas não o faço sem que apresente à Câmara a seguinte o peremptória declaração : aguardarei serenamente o apuramento de toda essa ninharia — permita-so-me. o termo— man-' tondo-me neste meu' lugar de Deputado, do qual nnnca me servi para defender os meus interesses pessoais ou comerciais, até final apuramento dessa mesquinhíssi-ina o mínima cousa, porque nossa ocasião aprosonturoi a minlia roínincia.

E com magoa que registo a leviandade e imprudência com que se fazem referências a Deputados.

Levarei comigo a honra de ter tido um passado só de sacrifícios pela República, à qual não devo cousa alguma a não ser desilusões e prejuízos de toda a ordem, pela qual sofri o desgosto maior que um filho pode sofrer. Como é lamentável a j falta de ^sonso. a falta de juízo dos homens da Eepública, principalmente; das suas -figuras mais represeatatÍA^as, e sãov elas quo pela sua leviandade escorraçam do concurso da República os que pela sua inteligência e pela sua honradez,- alguma cousa de bom poderiam fazer a bom da sua Pátria.

Tenho dito.

O Sr. António Maria da Silva (para explicações}:— Felizmente a Câmara está hoje mais serena, e assim posso repetir algumas palavras que profori na sessão de ontem à noite, relotivamonte à moção por mim apresentada.

O que se pretendeu foi afirmar, como princípio, que a lei n.° 910 continuava em pleno vigor. Ela não deveria provocar reparos, ^risto que o mesmo princípio estava implicitamente afirmado na moção do Sr. Brito Camacho.

O orador não reviu.

O Sr. Brito Camacho: — Foi exfteta-monte 'por isso que a Câmara apresentou os seus reparos".

Como aprcscntante da moção, devo dizer que pouco me interessa quo ela seja votada ern primeiro ou em último lugar.

Só quero afirmar o princípio. •

A redacção da moção é suficientemente clara, e eu julgo quo o Sr. Sá Pereira não terá dúvida em retirar o requerU mento para a sua prioridade nas votações.

O orador não reviu.

O Sr. Sá Pereira : — Roqueiro a V. Ex.a consulte a Câmara sobre se consente quo retire o meu requerimento de prioridade para' a moção do Sr. António Maria da Silva,

Aprovado.

O orador não reviu.