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- O Orador:—Peço a atenção da Câmara para este assunto.

Bem sei que não se trata de política; trata-se doutra política, sim, da política nacional. (Apoiados). . Da política da cultura nacional, dessa alta e nacional política que deve prevalecer a toda a política de interesses mesquinhos, que deve solicitar mais fortemente as nossas atenções, porque respeita a problemas para levantar o nivel moral e dignificar a nossa República, para que seja culta e não haja paixões ruins, não estando a atirar-nos lama uns aos outros.

Esta verdade máxima só se pode estabilizar na multidão pela difusão da cultura, mas para isso é necessário o culto do livro e guardarem-se religiosamente os documentos do passado, porque nos indicam o conceito geral da cultura da raça.

E compulsando os documentos autênticos que podemos criar uma noção exacta desates documentos.

Esse escritor alemão foi um dos primeiros que estudaram o princípio, de que a vida de um povo não se pode isolar da vida dos outros povos, mas que para fazer uma idea do passado é necessário que se faça história e não que se façam histórias. (Apoiados).

É necessário ver os documentos do passado, as fontos daquelas épocas e para isso é necessário fazer história em primeira mão.

Entre nós não existe história.

Eu posso atirmar com toda a minha responsabilidade, e sei que a tenho, como professor, como educador e como Deputado, que não temos ainda uma história nacional.

Há, é certo, elementos seguros para fazer uma história, mas a história com a verdadeira orientação de Rank, apenas Alexandre Herculano a fez.

Temos muitas histórias, mas a história genuinamente portuguesa não a temos.

Temos muitas histórias de imperantes, escritas sobre os' degraus dos tronos e muitas vezes subsidiadas.

Muitas dessas histórias não dão elementos seguros e certos para se constituir sobre elas o modo de ser de uma. sociedade.

Faltam muitas fontes e elementos para se ver qual a verdadeira tradição portuguesa.

Diário da Câmara aos Deputados

Alexandre Herculano. investigou muito, nos arquivos e nos cartórios.

Na Biblioteca de Lisboa existem documentos de valor político e diplomático que são, na opinião de historiadores notáveis, documentos indispensáveis para a história,

A Câmara sabe que na Biblioteca de Lisboa há livros raros que já estão atacados pela humidade e pelos insectos bi-bliófagos.

Eu direi que as causas dessas desvas-taçôes não são somente os insectos biblió-fagos, mas são também incúria e o desleixo daquele estabelecimento do Estado.

Nós estamos na hora. própria, em que è • necessário dizer tudo-, absolutamente tudo ao País, para que este compreenda: e tenha a opinião absolutamente, segura da suas responsabilidades, e compreenda também o alcance dos sacrifícios que devemos fazer para acabar de uma vez para sempre com estas irregular! dades.

A Biblioteca Nacional de Lisboa tem, actualmente, pnreee-.tne que quarenta e cinco empregados, e ôstes, a maior parte, são empregados menores, cujas funçõos são de remover e arejar os livros, limpá-los, etc.

Mas, Sr. Presidente, na Biblioteca Nacional não existe aquele carinho com que nas bibliotecas estrangeiras .se tratam os' livros, nem existem, como Já, verbas destinadas a adquirir exemplares novos, em substituição dos exemplares que se estragam pela consulta.

Quando da implantação da República,' não havia bibliotecas privativas das faculdades, e por isso talvez, a frequência de leitores à Biblioteca Central da Universidade eram cerca dá 20:000; pois' hoje, devo dizer a V.,Ex.a que essa'ire-1 qúência passou a ser pouco mais ou menos de 40:000, não restando a menor dúvida de que a República muito tem con tribuido para o desenvolvimento da instrução.