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Sessão de 18. dç Maio de 1920

aqui a minha voz para protestar veementemente, mas se a audácia for mais longe e se eu -sentir falecer na República as suas instituições constitucionais, em virtude de circunstâncias que ainda não conheço, serei ou o primeiro a levantar o grito de revolta contra um Governo que está fora da lei! (Apoiados).

j Se há alguém que tenha o direito do falar claro e alto, sou eu! Mas ninguém ,tem autoridade, nem admito que ponha em dúvida a sinceridade das minhas palavras, e muito monos qne digam que eu pretendo fazer a mais leve especulação política, quando a maior parte das pessoas que me escutam conhece quais são os factos a que me refiro.

Se as minhas afirmações merecerem o desmentido de quem quer que seja, estou pronto a falar mais claro.

E, se eu, hoje, avancei um pouc o maisdaquilo que devia, foi porque alguém com invulgar audácia se atreveu a lançar, não só sobre a minha caboç-a, mas sobre a daqueles que me acompanham, o labeo de traidor à República! Torna-se necessário que os republicanos que querem a ordom e a tranquilidade no país conheçam também os que pretendem explorar, não já com a desordem, mas com as paixões do povo republicano, agitando a sociedade portuguesa sem razão e sem motivo para atingir a República em pleno coração!

Nunca será com a autoridade do meu nome ou com as minhas palavras que eu cobrirei quem quer que seja que pretenda atingir um homem da República quando reconhecer que Ole é digno do todo o res-poito o da toda a consideração, lí o que ine importa. E eu saberei sempre, porque terei a inteligência suficientemente clara para o saber, e os olho.s bem abertos para ver, donde vOm os ataques à República, para não preguntar admirado onde eles se forjam e o que alvejam. Só uma falta de visão política e porventura um espirito preconcebido é que pode ignorar a quem os golpes se dirigem, a quem as ameaças, r,ão feitas o, quem pretendem calar! (Apoiados).

E essencial que aqueles que tom res-pousabilidacles na ordom o ír^nqúilid.ido da República saibam assumir o p;;pol de julgadores, na hor;- om que soj;1. nocossá-rio assumi-lo, nr"v- .--'í ^n '-•~f--v\ <_ p='p' armas='armas'>

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traiçoeiras para nos fazerem calar quando a República está em perigo. Não me calarão em caso algum, porque em Portugal não há forças humanas que me façam calar quando eu entendo que o não devo fazer, como a ninguém assiste o direito de enxovalhar o meu nome, atrib.uindo--me intuitos criminosos quo não podem estar nas minhas acções, que não são definidas por actos de hoje, mas por actos do passado. Apoiados).

Aguardarei que o Sr. Presidente do j Ministério esclareça devidamente a Câmara sobre os factos anormais que se praticam agora em Portugal e nds designe os responsáveis, pois, quanto mais não seja, existe o indivíduo que escreveu o artigo e que, por esse mesmo facto, tem responsabilidades que lhe devem ser exigidas.

Continuemos tranquilamente a nossa propaganda de ordem e de ideas pelo País, na certeza de que até hoje não fé-mós obtido senão aplausos, não temos recebido senão iucitamento' para nela prosseguirmos, tirando daqui a ilação de que cada hora que passe e cada dia que decorre representa para nós mais um passo de avanço na conquista de pessoas que querem defender as mesmas ideas e os mesmos princípios democráticos.

Procuremos encontrar e estabelecer aquelas tradições perdidas que .o Go\7ôr-no Provisório lançou em Portugal, e que depois se abastardaram. Cumpre-nos precisamente regressar à tradição primitiva, para. que dela resulte mais força para a República, que tem andado aos baldões de toda, a espécie de princípios, que cada aventureiro quis arvorar como bandeira, siguificativa do que em Portugal se ia implantar definitivamente uni regime de ordem e do progresso.

Não seremos nós quem levante palavras do ódio ou de insultos contra qualquer agrupamento político. (Boiados). Nunca o fizemos, nunca o faremos, e com desgosto vejo sempre que homens que se dizem inspirados nos altos princípios democráticos, ponham nos seus actos o nas frases que proferem ou que escrevem palavras do ódio, de enxovalho o de insulto.