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Diário da Câmara dos Deputados

lir,' apesar de contra mim poderem ser atribuídas. Eu é que não era capaz de dirigir semelhantes palavras contra um republicano, porque entendo que um republicano, qualquer que sejam os seus princípios ou ideas, defende a República tam bem como eu, embora com modos diversos de actuar para o progresso da Nação, nias sempre procurando ser benéfi-camente activo para o'País.

Podem, portanto, o País e o Governo contar com. sinceras forças para a defesa da ordem em Portugal, com sinceríssimas actividades para o progresso do País. com a comunhão de ideas de todos os republicanos que não querem dividir-se e retalhar se em ódios mesquinhos, que serão a destruição dos próprios homens que praticarem esses processos, e mais uma vez colocarão a República em perigo de ser retalhada pelas nossas lutas e vaida-dês, e algumas vezes pelos nossos crimes. (Muitos apoiados).

Tenho dito.

O orador não reviu.

O Sr. Ministro das Finanças (Pina Lopes):— Sr. Presidente: embora as palavras proferidas pelo Sr. Álvaro de Castro se refiram à política geral do Ministério e ser por esse facto atribuição do Sr. Presidente do Governo dar uma resposta sobre o assunto, não posso, de fornia alguma, ficar calado, pois a uma pessoa de tam alta envergadura como o Sr. Álvaro de Castro nunca pode deixar de responder-se.

O Sr. Presidente do Ministério, infelizmente, não pode estar presente pôr motivo de doença, mas fique o ilustre-Deputado sciente de que o porei ao facto das palavras que pronunciou.

O que é verdade, porém, é que o Sr. Álvaro de Castro parece atribuir ao Governo as considerações feitas no artigo do jornal da manhã a que- se referiu.

O Sr. Álvaro de Castro (interrompendo):— Eu não atribuo esse artigo ao Governo. Chamo a atenção do Sr. Presidente do Ministério para o artigo e sobre o artigo fiz algumas considerações.

O Orador: —O que posso garantir h Câmara é que desconhecia absolutamente os factos relatados nesse jornal e que

V. Ex.a muito desenvolvidamente ex pôs à Câmara, e note V. Ex.a que no Governo não há segredos entre os Ministros.

É realmente para lastimar que V. Ex.a, sendo um homem ponderado, e como tal reconhecido por todos nós, se aproveitasse daquele o doutros argumentos para atacar o Governo, atribuindo-lhe intenções que ele não tem e acusando-o de factos que ele jamais praticaria.

Disse V. Ex.a que quando e Grupo Reconstituinte ia a qualquer parte, no uso legítimo de fazer a sua propaganda, era quási sempre acompanhado de Ministros. Parece que de facto se deu essa circunstância no Algarve, mas meramente ocasional, -pois se qualquer Ministro foi ao norte ou sul, foi no desempenho de serviços do seu Ministério ou por qualquer motivo de interesse exclusivamente pessoal.

V. Ex.a compreende que o Governo não tem nada com o facto de que o Grupo Reconstituinte arranje mais adeptos. Só vê nisso uma vantagem para a República, pois alguns elementos, até hoje indiferentes, podem ingressar nesse Grupo e constituir, assim, mais unia força com que a República pode contar. São elementos que podem ser úteis, prestando às instituições inolvidáveis serviços, como de resto o Grupo Reconstituinte' ou os seus ho-mous já têm prestado, visto que todos os membros desse Grupo, onde se contam verdadeiras competências superiores, constituem uma parte da elite da política portuguesa.

O que se deu com os oficiais da guarda republicana foi uma questão de administração ...

O Sr. Álvaro de Castro (interrompendo) :,—Desculpe V. Ex.a mas não é exacto;

O Orador:. — O que posso dizer é que houve uma queixa...

O Sr. Álvaro de Castro (interrompendo):— Para motivos disciplinares apenas, não é preciso enviar aos oficiais uma circular com quesitos: