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mais nada, vermos o que se pode gastar em termos que se não torne impossível o equilíbrio do Orçamento.

A Biblioteca está mal. instalada?

Pois a Escola de Belas Artes está tam mal instalada como a Biblioteca, tam falha de condições higiénicas, que por muitos competentes é considerada como um foco de tuberculização.

Pois em corredores sem luz se encontram quadros que não têm lugar nas salas do Museu, e se para os livros há os gabinetes e salas de leitura, para ali levados dos corredores, para os quadros é que não há esse recurso, porque eles têm de ser vistos onde estão, nos corre-' dores às escuras.

Em mil cousas necessárias ou vantajosas temos de gastar dinheiro ; mas para o gastarmos precisamos de o ter; para o termos carecemos de o pedir ao contribuinte e para o pedirmos ao contribuinte precisamos dar-lhe garantias do que o gastaríamos peia forma mais conveniente.

Eu não sei quantos contos teríamos de gastar na construção de um edifício em que se instalasse a Biblioteca Nacional com o muito que já tem, ficando-lhe ainda espaço para o muito mais que poderá vir a ter

Sei apenas que um tal edifício, para ser um monumento arquitetónico, digno da capital, não apenas um depósito do livros semelhante a- um depósito de fazendas, custaria hoje quatro ou cinco vezes mais do que antes da guerra, e então ele custaria, para ficar bem no décor da cidade, o melhor de dois mil contos. E ver o que sucedeu com o Arsenal, cuja proposta a Câmara terá ensejo de considerar muito brevemente, ansioso como está o Sr. Ministro da Marinha pela sua aprovação.

Calculava-se que o Arsenal nos custasse então uns cinco mil contos; sabe-se que ele nos custará agora qualquer cousa como três milhões e meio de libras, apagar em seis anos, a menos que queiramos pagar uma anuidade de 1:139 contos durante 75 anos, conforme a proposta feita à Junta Autónoma.

As circunstâncias impõem-nos a mais rigorosa economia e as boas regras e práticas de administração mandam que se evitem tadas as despesas que seja possí-

Diârio da Câmara dos Deputados

vel evitar, e que se adiem para melhor ocasião todas, as que forem adiáveis.

O Instituto Superior Técnico está instalado num pardieiro, o mesmo em que esteve instalado o Instituto Industrial e Comercial, seu antecessor. A necessidade de se fazer um ensino técnico superior com a elevação e o desenvolvimento em que ele, lá fora, há muito tempo se fazj por todos era reconhecido já no tempo da mpuarquia; mas a verdade é que o Instituto se acha instalado deficientemente, em barracões, por pobremente instalado, que só por milagre de inteligência e dedicação por lado do seu ilustre director, coadjuvado por uma elite de professores de que tem sabido rodear-se, só por isto ele é uma escola que qualquer estrangeiro pode visitar sem nos causar vergonha.

Eu sei que lá fora, sobretudo na Alemanha e na América se não olha a despesas quando se trata de instalar uma biblioteca ou instituto técnico, . uma escola do aplicação, um laboratório de investigação «científica.

Mas a América é um país riquíssimo, e a Alemanha, que ainda há poucos anos era um país pobre por um milagre do trabalho e da inteligência tainhfim é bojo ura país rico.

Portugal já teve condições para ser um país rico e essas condições em grande parte ainda hoje subsistem; mas deu-lhe na cabeça ser pobre e facilmente se tornou miserável por um milagre de estupidez e preguiça.

Sou de opinião que devemos instalar bem as nossas escolas; mas quere-me parecer que o melhor que neste particular há a fazer é instalar dentro delas, tais como são, bons professores.

Temos, actualmente, três escolas de farmácia e verifica-sé que a frequência das três não seria de mais para uma.

Tenho muito respeito e muita simpatia pelos larmacêuticos; mas sou obrigado a reconhecer que nos ficam caros por este preço.