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de Maio de &20

ORDEM DO DIA

Continuação da discussão da proposta de lei que cria receita para a construção dum edifício para a instalação da Biblioteca Nacio-iiai de Lisboa.

O Sr. Presidente: — Tem a palavra o Sr. Lúcio dos Santos.

O Sr. Lúcio dos Santos: — Sr. Presidente: a ninguém faço a injúria de acre<_-ditar que='que' a='a' nossa='nossa' biblioteca='biblioteca' importância='importância' problema='problema' reveste='reveste' conservação='conservação' o='o' p='p' desconhecer='desconhecer' nacional.='nacional.' possa='possa' da='da'>

Estou certo de qu.e colheria de todos os lados da Câmara, aplausos, se me' limitasse a dizer> resumindo assim a discussão do assunto na generalidade, que uma nação civilizada, tem o indeclinável dever de conservar os seus monumentos escritos ; e mais não seria preciso dizer.

O desaparecimento dama única página que seja j dum daqueles livros, é uma perda irreparável. Hj que esses livros guardam o pensamento português que nos • criou a história que temos, que nos criou a nós próprios que ainda, agora^ podemos afirmar o legítimo orgulho de termos bem compreendido o alto significado da guerra^ na França e pela França é pela França na defósa da idea da República. E, Sr. Presidente, porque a proposta não precisa ser defendida na generalidade, não serei eu quem a acompanhe com palavras

Assim eu vou imediatamente analizar a própria estrutura da proposta em discussão *

A colaboração em Portugal com a França, Sr. Presidente, afirma-se desde as origens, na elaboração das correntes iniciais da nossa civilização. Esse parentesco espiritual, tem-se estreitado cada vez mais, até agora à vitória que, como disse, foi principalmente, sob este ponto de vista, tanto da França republicana, como dá República Portuguesa.

Sr. Presidente : mesmo pelo que respeita a elementos de educação técnica, que podem parecer, muitas vezes, que nos são dados por nações de maior progresso material, certo ó, Sr* PreGidente, que Cases mesmoo elementoo d© educação tócnica, tomaram a enformarão do pensamento da Fríiaça. antes do CidqiúsireFí. píya, nós o

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valor do rial conhecimento. Eu refiro-me a todos esses valores intelectuais que foi tanto de moda admirar e que eram americanos ou alemães.

A valorização não era senão um empirismo da mecânica americana, antes que o pensamento da França a tivesse, convertido num verdadeiro método de sciôn-cia.

Isto dito, compreenderá V. Ex.a, Sr. Presidente, porque é que eu não posso aceitar o princípio contido na alínea à) da proposta, o princípio que coloca livros franceses em condições dê desigualdade, condições do iníeíioridade, relativamente aos livros portugueses. Eu não posso aceitar essa alínea, e por isso eu proporei a sua eliminação.

Mas quanto às outras fontes de receita da proposta, eu tomo a peito defende-la de todos os ataques que lhes foram dirigidos até agora i.

O Sr. Alves dos Santos, declarando que a estrutura da proposta precisava ser refundida inteiramente, fundamentou esta sua opinião afirmando princípios que a tudo obrigam. Ouvimos mais uma vez dii zer, Sr» Presidente, que o pensamento é livre e que não se pode atributam É um argumento de peso, mas que não se aplica ao caso. O pensamento no caso que se discute, ó o livro, sabe-o S. Ex.a, como toda .a gente, tem um preço.

Não me parece que se ache bem que o exemplar raro Só de António Nobre custe 70$, quando eles vão inteiros para o bolso do livreiro, e que se ache mal que esse exemplar raro custe os mesmos 70$, indo 63$ para o bolso do livreiro e 7$ para as receitas do jDstado; e não pára diversos fins, mas para um fim único, para a construção do indispensável ediíí-. cio da Biblioteca Nacional.