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Sessão de 21 de Maio de 1920

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O Orador:—Eu não apoiei Osse facto.

O que não compreendo é que se resolva este caso, indo.construir um edifício novo, que leva muito tempo a fazer.

A meu ver, Sr. Presidente, deve arranjar-se uma solução compatível com a urgência que o caso requere e com os recursos financeiros do país. Agora ir cobrar-se um novo imposto, ir fazer-se um empréstimo para a construção dum edifício moderno apropriado a uma biblioteca, que seguramente será monumental, mas ao qual naturalmente sucederá o mesmo que às obras de Santa Engrácia, não se me afigura prático. E por isso que eu divirjo da mentalidade dos poetas e dos literatos— sem. a menor ofensa para estes— preconizando uma 'solução imediata, pratica e económica.

Limpeza extrema, reparação da clarabóia partida, desinfecção cuidada, beneficiação constante, emfim, tudo quanto se possa fazer para salvar as riquezas nacionais que se encontram na Biblioteca Nacional de Lisboa, de acordo ! Mas pro-cedor-se à construção dum novo edifício, quando se trata de salvar urgentemente o nosso património, não!

Numa representação que o outro dia aqui foi distribuída, assinada por vários homens de letras, a par de cousas muito bonitas, condenava-se a idea do fraccionamento da Biblioteca, dizendo-se que isso tirava a única vantagem da actual Biblioteca, qual é a de ser um todo único, mas já num dos períodos seguintes se lamentava que faltassem livros para completar as colecções.

Não compreendo. Por mim, não acho inconveniente em se fazer o descongestionamento da Biblioteca, porque nenhum prejuízo causa. Ora, se a Biblioteca Nacional constitui um todo único não sei como amanhã se irá fazer a mudança para o novo edifício» j Naturalmente faz--se em globo, com bichos e tudo!

Protesto contra o precedente que se -está estabelecendo.

O que tem havido é desleixo, incúria!

O Sr. Brito Camacho (aparte) i — E necessidade de dinheiro!

O Orador : •— Absolutamente do acordo.

O Sr. Sam preendc quo

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rar as responsabilidades do pessoas até que já não existem.

O Orador : — Sem dúvida que aos mortos não lhas pedimos, mas podemos averiguar as que pertencem aos vivos.

Eu não sou tam exigente que recuse uma verba para reparação, mas entendo que deve ser reduzida ao mínimo.

Mas um edifício novo, que leva muitos anos a construir, isso não.

O Sr. Lúcio dos Santos : — O Sr. João Franco, que não deve ser exemplo para nós, fez construir um liceu em sete meses.

V. Ex.a tem o critério de que mais vale plantar batatas do que' fazer um poema. . . »

O Orador : — Não me resta dúvida nenhuma. Actualmente é muito mais útil plantar batatas do que fazer poemas.

Agora até V. Ex.a me obriga a dizer que não faço obstrucionismo a projecto nenhum ; o que faço ó combatê-los quando não me parecem jnstos, e é com isso que V. Ex.a não concorda.

.iiíU estou, a respeito do, projecto em discussão, reíerindo um certo número de casos, e V. Ex.as, com -os seus apartes, é aue estão fazendo com que eu gaste mais tempo.

> V. Ex.as digam-me que eu sou leigo no assunto, que digo heresias, mas deixem-me afirmar que, na verdade, o que será sensato é dar o dinheiro necessário para fazer as reparações precisas, como já disse o Sr. Brito Camacho.

Apartes,

Interrupção do Sr, Lúcio dos Santos.

O Orador: — O projecto está assinado pelo Sr. Ministro das Finanças, e se não o estivesse eu preguntaria o que S. Ex.a pensava duma lei que mauda não fazer despesas dos -saldos dos respectivos orçamentos.

Apartes.

O Orador: — As receitas suo todas do Estado e portcncem ao Ministério das Finanças.

Aparteu,

O

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