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biàrio ífa Câmara do*

e da Batalha! possa, no emtanto, adequada à função social que um estabelecimento desse género tem de desempenhar.

Só poderíamos furtar-nos à construção imediata dum edifício, se houvesse em Lisboa outro para poder instalar-se esse serviço. Mas, eu pregunto se porventura existe nesta cidade algum edifício em condições para se poder fazer uma instalação destas.

Sem receio de errar direi .que não se encontra hoje em Lisboa nenhum edifício que pudesse adequar-se eficazmente à instalação duma biblioteca como a nacional.

Teremos que ir, portanto, para a construção do edifício quere o queiramos que-re não, sob pena das gerações futuras ao verificarem o tremendo crime que deixamos prepertar se voltem para nós com a mesma justa revolta, a mesma futídamen-tada indignação com que aqui nos erguemos agora, contra os responsáveis do estado actual dos livros e manuscritos que no velho edifício, viveiro óptimo de toda a fauna da sua destruição se encontram depositados!

Nem a mais severa economia pode justificar semelhante monstruosidade. Do resto, nesta exigência de economias, elevemos autorizar-nos, como eu tonho feito começando pelo princípio.

E o princípio é não assistir, num tsilên-cio cobarde, som protexto, como tantos de nós, têm assistido quâsi impassíveis e ao esbanjamento dos dinheiros públicos, sobretudo num excedente burocrático qu

Chega, por isso, a parecer impossível que, num país. onde o esbanjamento tem sido quási a norma constante da administração pública, quando nos vêem dizer que o nosso patriotismo intelectual está, de facto em risco, que é necessário gastar algumas centenas de contos para o salvar e para o instalar capazmente, nos intrincheiramos nas dificuldades do momento, dificuldades que não tam grandes, que não são tam apertadas qne ãon dêem para essa fauna parasitária do excedente burocrático continuar, sem o vosso protesto, a impedir a livre eclosão duma . boaparte das actividades nacionais.

Teriam direito e autoridade para invocar tal argumento, insisto, aqueles que aqui viessem hora a hora e constante-mente propugnando por uma administração que^ para ser adquada às necessidades do país, tinha de ser desde já eliim* nadora daquela parte do funcionalismo quê não cumpre â sua missão, que não tem sciôncia nem competência para a cumprir.

£ Medidas de salvação pública? Pois vamos a elas !

E eu estou convencido de que se o fizermos corajosamente, não precisaremos de poupar as tíentenas de contos que temos de destinar à construção do edifício da Biblioteca para podermos normalizar a vida do Tesouro Público. '

Pois quê, Sr i Prssidente! Há lá alguma argumentação que se possa- invocar para continuarmos no pis aller que seria o li-mitarmo-nos a gastar apenas umas dezenas de contos num edifício que é, pela sua constituição, um inevitável viveiro da fauna devoradora de livros?!

Ponham-lhe lá quantos exércitos de mulheres quiserem a. Iimpá4o, emquanto as estantes desse estabelecimento forem como s3,o ; emquanto os seus corredores tiverem as dimensões que têm ; — e para que assim não suceda, é necessário queima^-rem-se essas estantes, é imprescindível demolirem-se esses corredores!

Emquanto aquilo íôr como é} não haverá cuidado que evite que na semi obscuridade húmida daquele casarão, encontrando óptimas condições para o seu desenvolvimento, a fauna devoradora de livros. se desenvolva e medre.

De resto, o actual edifício da Biblioteca Nacional de Lisboa não tem sequer espaço para acondicionar capazmente os livros que tem lá dentro.

A maior parte dos corredores está pejada de livros, em cima uns dos outros, enredados, porque nem mesmo pondo esi tantes na parte central desses corredores haverá possibilidade de se acondicionarem como se torna mester todos. os volumes que lá se encontram.