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Sessão de 25 de Maio de 1920

que estão" nas mesas do lado da galeria, de onde provêm a luz, não podem ler, estragam a vista, e muitos estudantes lá a estragaram.

De resto, essas salas, por isso mesmo que são revestidas de madeira, em magníficas obras de talha, enchem-se com facilidade de pó, pó que sendo trazido na sola das botas dos leitores, arrancado ao pavimento, se desloca no ar, indo pousai-nas obras de talha e contribuindo para o envenenamento dos leitores.

Além disso, o sou mobiliário riquíssimo e que hoje' vaie muitos contos de reis, não serve para nele se fazerem leituras, porque os seus assentos são incómodos.

De forma que, Sr. Presidente, quando eu estive à testa da Biblioteca, mandei encerrar essas salas, que são hoje um monumento; e arranjei uma sala para leitura, transformando um anexo da mesma Biblioteca, que era uni depósito de livros, aproveitando a boa luz e cubagem de ar que ele tinha.

^Sabem V. Ex.as do que expediente me vali para arranjar uns resposteiros, asfaltar o pavimento e adquirir outros utensílios?

Fui buscar a verba que o Estado destina à aquisição de livro^s estrangeiros, isto é, a verba de 1.000$ por ano.

'Foi com esses mil escudos que eu consegui arranjar uma sala do leitura que é frequentada por 40:000 leitores anualmente.

O director da Biblioteca não dispõe de nenhum espaço quási. •

Havendo um decreto que inanda que os editores dos vários livros enviem dois exemplares para a Biblioteca, sucede que, uão havendo espaço, os livros estão uns sobre os outros, e para se conseguir encontrar algum é uma verdadeira tragédia, sendo necessário fazer verdadeiros prodígios de equilíbrio para se arrancar um livro do fundo duma estante.

São toneladas de livros uns eni cima dos outros e parte dessa livraria encontra-se nos baixos do edifício de S. Pedro.

O Governo, por intermédio da lei da Separação, fez entregar à Universidade de Coimbra a biblioteca do Seminário, que tom 000:000 a 000:000 volumes e a Universidade não instalou Ossos livros porque não tovo osp.-iço para isso.

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A sala dos reservados da Biblioteca, onde existem riquezas verdadeiramente preciosas, não tem dois centavos para. ocorrer às imperiosas necessidades da sua renovação.

Existe uma planta, levantada por um engenheiro da Câmara Municipal de Lisboa, mandada fazer pelo Dr. Mendes dos Remédios. Sabe-se quanto dinheiro é preciso para a executar; e o terreno existe na própria Biblioteca, e com 50 contos puuha-se o depósito de livros ein condições.

Esta importância junta com mais 50 contos para a Biblioteca de Évora, com mais 50 contos para o arquivo do Ministério dos Negócios EstraDgeiros e com 250 coutos para a Biblioteca Nacional de Lisboa, perfaz uma quantia de .400 contos, o que, devemos concordar, não é nada exagerado para uma obra de tamanha grandeza e importância nacional.

Já que falei do arquivo Io Ministério dos Negócios Estrangeiros, .evo esclarecer a Câmara a este respeito. Esse arquivo ó dum altíssimo valor histórico para a,nossa nacionalidade.

Esses documentos são mais lógicos e niais correctos; são os que mostram as relações diplomáticas entre os vários países ; esclarecem-nos sob o ponto de vista económico, político e social.

Nesses documentos esclarece-se a verdadeira situação de cada país; mas eles por várias vezes têm sido retirados dos arquivo do Ministério

Hoje é fácil encontrar-se esses documentos om alfarrabistas e em bibliotecas particulares, quando deviam estar nos arquivos do Ministério dos Negócios Estrangeiros.

^ Qual é a razão por que não estão lá?

,; Porque não se organiza ali, devidamente, um arquivo o só nomeia um arquivista competente?