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Sessão de 27 de Maio de 1920

O Orador: — O que ó preciso é que fique bem assente que não fui eu que enviei essa notícia para os jornais.

O orador não reviu, nem o Sr. Alxa.ro de Castro reviu as suas palavas de interrupção.

O Sr. Brito Camacho: — Eu não li a notícia Avinda nos jornais a que se referiu o Sr. Álvaro de Castro, mas agora, que dela tenho conhecimento, vcjo-me obrigado a fazer declarações idênticas às que S. Ex.a acaba de fazer.

Eu tomei parte nessa reunião e apenas ine limitei a ouvir a exposição feita por alguns membros do Governo, lembrando, é certo, quando da Câmara mo chamavam para fazer parto duma votação, a necessidade de se realizar outra reuniã.o para trocarmos impressões o, porventura, tomarmos responsabilidades solidárias para a solução das questões pendentes.

Tendo do me retirar para a sala das sessões, eu não cheguei a tomar conhecimento do dia e hora da nova-reunião, motivo por que não compareci à reunião que o Sr. Presidente do Ministério afirma estar marcada para hoje, às 13 horas. De contrário, seria uma gravíssima incorrecção da minha parte, escusando-me a comparecer a uma reunião que eu tinha sido o primeiro a alvitrar.

O orador não reviu.

O Sr. Presidente do Ministério e Ministro do Interior (António Maria Baptista): — Estou certo de que o Sr. Brito Camacho não ouviu ou não teve conhecimento da convocação duma reunião para hoje às 13 horas. O que é certo, porem, ó que ela se fez, e tanto assim que a ela compareceram os Srs. Mesquita Carvalho, Ma-Iheiro Reimão e António Maria da Silva.

O Sr. Álvaro de Castro não ouviria, mas eu declarei que a reunião era às 13 horas da tarde.

Tenho dito.

O orador não reviu. •

Continua a discutir-se a proposta de lei.

O Sr. Dias da Silva: — Sr. Presidente: quanto a mim as propostas que o Sr. Ministro das Finanças apresentou à Câmara são um acto em harmonia com o momento que atravessamos o com as necessidades do Tesouro público, e isto é tam certo

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que até da extrema direita foi afirmado, pela voz do Sr. Ferreira da Rocha, que as medidas apresentadas pelo Sr. Ministro das Finanças eram uma necessidade para a salvação pública.

Eu afirmo desde já que concordo com essas propostas, e fico assim à vontade para dizer o que eu tenho sobre elas.

O fim da idea do Sr. Ministro das Finanças, é altamente patriótico e é tendente à valorização da nossa moeda e só resta ver se é atingido ou 'não 6sse fim.

Com respeito às violências a que se referiu o Sr. Ferreira da Rocha, eu direi que elas não existem, pois que medidas de tal natureza, tem de ser violentas, o como tal são sempre consideradas pelos capitalistas.

Pode pois o Governo contar com o meu voto.

Eu entendo que para levar o País a uma situação de eugrandeciments. seria necessário sacudir a vida pública pelo trabalho, o esse engrandecimento não se faz só pelo Ministério das Finanças, faz-se também pelo Ministério do Comércio e do Trabalho e da Agricultura.

O que era preciso era valorizar a nossa moeda o há dois meios, nos quais tem a defeza mais valiosa de todo o operariado', c são os seguintes: ou S. Ex.a faz derivar o dinheiro que vai arrecadar, e muito bem, nas indústrias, transformando o nosso modo do ser, ou S. Ex.;i dá à nossa moeda o valor que deve ter, fazendo reduzir a circulação.

Mas o que é necessário é valorizar xjsse papel.

O estado-tem que desenvolver as indústrias nacionais o básicas para o nosso País, e eu desejava que o Sr. Ministro do Comércio tomasse essa iniciativa e se-guissse o exemplo de V. Ex.a, e isto só poderia ser se a pasta do Comércio íôsse .gerida por uma individualidade da envergadura de V. Ex.a

Se eu fosso o Ministro do Comércio, neste momento diria a V. Ex.a que trazia nesse mesmo dia a proposta tendente à nacionalização das indústrias que constituem a base. da nossa economia.