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V. Ex.a poderá valorizar o nosso dinheiro, mas paru isso é necessário que a nossa produção seja um facto, e as importações sejam o mais reduzidas possível.

Assim, isoladamente, eu entendo que a proposta de V. Ex.a pode fazer uma relativa valorização da nossa moeda, reduzindo o ágio, mas daqui a um ano ou seis meses a moeda há-de agravar-se muito mais, porque não se tendo transformado a razão de ser da nossa produção, V. Ex.a há-de preparar ao País grandes dificuldades.

Não sou contra a proposta, mas o que lamento é que V. Ex.a, Sr. Ministro das Finanças, não seja acompanhado pelos outros seus colegas, como por exemplo o Sr. Ministro do Comércio, anda a fazer o papel de polícia^ atraz dos operários das obras públicas. -

Não são 3:000 ou 4:000 contos que vão agora salvar o Pais.

"Ai de nós que se continuarmos a ter Ministros com o critério do actual Sr. Ministro do Comércio.

Precisamos é de homens da envergadura, do Sr. Ministro das Finanças, que tem a coragem cie trazer à Câmara as medidas que julga necessárias para transformar a nossa riqueza e á nossa razão de ser económica.

Sem isso nada, absolutamente nada, poderemos fazer.

É este o meu critério, e não podia deixar de o expor à Câmara.

Não vou citar números, porquê não sou matemático ou contabilista, falo apenas sob raciocínios meus, que serão bons OU não, segundo a minha inteligência, más no emtanto são sinceros.

Eii apelo para o Sr* Ministro das Fi-banças, para que não se deixe cair no laçOj trabalhando isoladamente, porque a sua medida isolada, pode levar o País à pobreza j e que se não arreceio da opinião da extroiiui direita que há-de sor protestar que desde -que alguma coifêa Be pretenda arrancar aos capitalistas portugueses é necessário equilibrar o Orçamento e restaurar o País.

V. Ex.as sabem que o dinheiro da maior parte dos nossos capitalistas provêm do que o Estado lhe deu sem critério.

A lei tem defeitos, é certo, porque deixa escapar para fora do País o nosso di-

Diârio da Câmara doa í)epuiadõs

nheiro por intermédio dos fundos estrangeiros, e isto é a consequência das medidas de finanças isoladas e isto leva ou pode levar o Pafè à ruína.

A lei tem muita deficiência, é certo, mas não se prenda V. Ex,a com essas deficiências, quando elas representem violência- porque ela é necessária.

Sem violência nada se íará, e V. Ex.a que teve a audácia de trazer osta lei ao Parlamento, fô-lo por inteligência e por ter força, força de qu6 é preciso aproveitar-se. /

• V. Ex.a com essa proposta isolada pode arruinar o País.

Veja se consegue despertai- para a vida o Sr. Ministro do Comércio e o Sr. Ministro da Agricultura, e mobilize V. Ex.a os capitais e façá-os integrar na riqueza nacional.

O Sr. Malheiro Bcimão: —Sr. Presidente: ao tratar da prop.osta em discussão sobre os lucros provenientes da guerra, desejo antes de mais nada fazer uma referência ao que se diz no relatório sobre a situação financeira do País.

Em primeiro lugar, há uma frase que merece o meu reparo, e que estranho muito esteja escrita num relatório assinado pelo Sr. Ministro das Finanças.

Diz S. Ex.a que se tem vivido de expedientes seiu ter havido a coragem de encarar o mal de frente, etc.

Já fui Ministro das Finanças e pela parte que me toca} repito absolutamente a acusação que. aqui se faz, de que se tem procurado viver de expedientes.

Nunca o fiz.

Outro ponto, que niuito devemos atender, é o que consta das despesas de 1919 e 1920, que somam 303 mil contos.

Para isto ó que ó necessário chamar a atenção nesta altura. E preciso írizar este facto.

Devemos todos encarar a necessidade absoluta da redução das nossas despesas,

No ano anterior ao exercício de 1919-1920 as despesas não chegavam a 100 mil contos.

Hoje montam a 303 mil contos.