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Sesafa de l de Junho de 1920

to. E preciso, porôm, não esquecer que a Suécia enriqueceu, fornecendo, numa hábil neutralidade, os contendores dum lado e do outro. A Noruega, em condições idênticas às da Suécia, porque igualmente forneceu os beligerantes, apenas aumentou a sua dívida em 130 por cento. E por aí fora é tudo muito abaixo, j Assim, a Dinamarca em 100 por. cento, a Holanda em 88 por cento, a Suíça em 86 por cento e a Espanha apenas em 15 por cento !

Espanha, que se manteve numa pseu-do-neutralidado, que viveu com uns e com outros, indiferentemente, servindo-se duma diplomacia superior e duma Jiabili-dade extraordinária, a Espanha apenas aumentou em lõ por cento a sua divida, ocupando ainda um lugar primacial no convívio internacional, e até na Sociedade das Nações tem um lugar superior ao nossa.

A dívida, nacional portuguesa, em 1914, era de 648:143 contos cqm a capitação de 117$844 réis.

Ess.a dívida, por étapes, chegou em Janeiro de 1920 & 1.620:000 contos, que, adicionados de 380:000 contos em circulação. fiduciária, nos elevaram a dívida actual a 2 milhões de contos, o que representa urna. triste capitação de 363$000 réis, sem contar os 22 milhões de libras de encargos novos à Inglaterra, como herança çla nossa louca aventura guerreira.

Como a riqueza venal da. Nação se avalia nuns 4 milhões de contos, a capitação da riqueza nacional é calculada em 720$000 réis ; queje dizer, 50 por cento de Portugal não nos pertence; estamos vivendo num país onde apenas metade ainda ó nosso.

Vozes: — Ora, ora!

OOraáor: — Ha 1.620:000 contos de dívida; por conseguinte, a parte material do País está onerada em 363$GQO róis por cabeça. .'.

O Sr. Álvaro Guedes; — Ê bom não es queeer que uma grande parte, dôsses credores são portugueses.

O Oraclcr: — Isso não quero dizor

A situaçCio, ' por ôsíc ladOj n£o podo

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ser mais desgraçada. Vejamos agora o que tem sido a nossa situação fiduciária. Em Janeiro de 1911 havia em circulação 78:930 contos, em 1913 a circulação subia a 81:749 contos. Dois anos depois, em 1915, já estava em 99:159 contos; nos anos seguintes foi-se elevando a 119:000 contos o 152:000 contos, j Chegámos a 1918 com 223:39í contos de papelinhos em circulação, os quais chegaram no ano imediato a 290:557, até que em 1920 se achou em 370:627 contos, já a esta hora muito acrescidos !

j Os aumentos do descrédito pola circulação fiduciária foram, durante a guerra, 171 por cento, e durante os quási dez anos da República—374 por cento l

Foi isto o que vi pelas contas do relatório do Bauco de Portugal.

Por consequência, temos aqui outros pontos que são muito importantes para ponderar.

O papel moeda ó inconvertível, como o ô em outros países, e, emquanto o for, há realmente um ágio grande de câmbio, que nisso exerce grande influência.

A diminuição da circulação fiduciária não molhora o câmbio, ^ ó certo, mas o seu aumento agrava,-o. (Apartes).

A balança comercial influi sempre no câmbio.

Emquanto o País tiver mnita importação e pouca exportação, haverá sempre déficit grande.

A diminuição da circulação fiduciária não será capaz de contrabalançar na questão do câmbio.

Eu disse já que estas propostas, que têm por fim arrancar dinheiro ao contribuinte, são justas desde quo se tornem práticas, mas, ainda- assim, serão impraticáveis ernquauto a moral do País não estiver aberta para aceitar estos impostos. Para os estabelecer é necessária a moralização no Estado, e provar com factos que se entrou no caminho da morige-ração.

Já há muito tempo eu tenho escrito que a nossa miséria data do período do nosso poderio.

As nossas dificuldades começaram no tempo do maior esplendor, j Foi no reina-do de D. Manuel, o Félix daz Gvónic.a;^ quo RG inventaram os padrfios do \\irol