O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

Sesaão de 4 e? de Junho de 1920

,;Como ó que foge a riqueza para a Inglaterra, se eu recebo carvão na mesma importância do vinho que exportei?

Sr. Presidente : a meu ver, o que contribuiu para o mal da Fazenda Nacional é eu estar a especular com a moeda, o que me não era lícito fazer.

Já os tratadistas, os que existiram no tempo em que eu era menino e moço, e andava estudando economia política, diziam que isto era uma ficção, mas, apesar de ser unia ficção, as pessoas mais ilustradas desta casa delas se serviram para alongar o debate" â respeito do equilíbrio da nossa situação internacional.

Li há tempos, num jornal financeiro, um artigo em que se dizia que importamos milhares de contos e exportamos muito mefios do que esta quantia.

Mas, apesar de serem todos os economistas a dizerem isso, eu volto ao meu exemplo de há potico, para preguntar a V. Ex.d se isto representa dalguma forma o desequilíbrio comercial.

Se eu envie) vinho na importância de Um certo número de escudos e recebo carvão na meísma importância, apenas acresce, a este valor, a diferença que recebi pela venda das libras ao meu vizinho.

Sr. Presidente: já tive ocasião de me referir à nossa situação para com a Espanha ....

Interrupção do Sr. António Maria da Silva.

O Orador : — Sr. Presidente : como está quási chegada a hora de se passar à segunda parto da ordem do dia, peço a V. Èx.a se digne consultar a Câmara sobre se permite que este debate se prolongue, com prejuízo da segunda parte da ordem do dia, para poder concluir as minhas considerações.

Consultada a Câmara f ai aprovado .

O Sr. Eduardo de Sousa : — Requeiro a contra-prova.

Feita o contraprova verificou-se que tinha sido aprovado.

O Orador: — Agradeço a V. Ex.a e à Câmara a prova de consideração que acabam de me dar e assim vou resumir as minhas considerações.

A respeito dêsto assunto há uma cou-Ba quo muitos reparos tam levantado coia

29

respeito às reservas do ouro que não temos, nem prata que desapareceria, só a tivéssemos ainda, e que não se poderá pôr em circulação tam cedo.

Estamos • no regime absolutamente da circulação fiduciária nota.

Nestas condições seria lícito fazer uma pregunta semelhante à que foi feita pelo Sr. Álvaro de Castro ao Sr. Ferreira da Rocha, não especificando a quem a faço, porque a comissão responderá ao formular a nova proposta, i Parece-rue que o Sr. Álvaro de Castro preguntou em que influiria a circulação fiduciária, numa cambial sobre Paris.

Se não são estas as palavras é esta a idea, e eu, a respeito da nota, progunto que influência tem ela nesse sentido.

A nossa situação económica para com o estrangeiro é esta do valor da moeda.

Como V. Ex.a sabe, a moeda ouro tem em cada país um determinado valor, e assim a nossa moeda ouro tem uma depreciação perante a moeda estrangeira. Eesultava daqui que, ao passo que a nossa moeda ouro era depreciada ela saía para o estrangeiro. Para Espanha foi muita moeda metálica que foi pelo lucro do câmbio, sendo prata, fundida lá e transformada em pesetas. Não afirmo um facto que não tenha sido observado.

£ Como podemos nós, portanto, fazer a aquisição dos produtos lá fora, se não temos moeda ouro?

Havemos necessariamente de pôr, nem inais nem menos, lá fora, por troca, outros produtos que valham ouro ; e por conseguinte, não me parece justificada esta aplicação, tam somente porque não temos ouro.