O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

Sessão de 9 de Junho de 1980

virtude das funções especiais que desempenham, do que lacra com o facto de pôr os carros à sua inteira e livre disposição.

Não querendo seguir-se este meu ponto de vista, ainda penso que o Estado, se fosse bem organizado nos seus serviços, poderia adoptar este outro: ter no Parque Automóvel Militar os automóveis destinados às diversas entidades que os podem usar, fazendo estas requisições justificáveis do emprego dos mesmos carros para os serviços em que os queriam utilizar.

Não deve perder-se do vista que os automóveis á empregar devem estar em conformidade com a natureza dos serviços que têm de desempenhar, e eu permito--me afirmar que sobro o assunto alguma cousa de concreto posso dizer, podendo mesmo apresentar estatísticas quo colhi no Corpo de Peoneiros do Estado, onde durante algum tempo lidei com automóveis.

Basta dizer que se há carros que fazem o percurso de 100 quilómetros com 12 litros de gazplina, outros há que para fazerem esse mósmo percurso consomem 50 e mais litros" daquele combustível, o que ó principalmente função da potência.

Ora, como V. Èx.as sabem, os automóveis destinados ao serviço dos Ministérios são, eni geral, da marca Hudson, material americano construído para grandes percursos e para sete passageiros, sendo da íôrça de 50 a 60 E; constitui, sem dúvida, uni erro de administração e aplicação empregar esses automóveis, cujo consumo de combustível é elevadíssimo para percursos dalguns metros, corno frequentemente sucede quando os Ministros têm de transportar-se duns Ministérios para os outros, muito próximos e possivelmente contíguos, consumindo assim, duma forma tarn exagerada, que pode chegar a uma média de 2 litros por quilómetro.

Além disso, quern conheço alguma cousa deste assunto, sabe que o rendimento duma viatura-automóvel ó tanto maior quanto mais tempo ela funciona embargado em prise directa o que raramente se dá para pequenos percursos dentro da cidade e de ruas populares, onde são constantes as mudanças de velocidade a que um automóvel tem de obedecer.

Desde que só não atondam a estas condições o sobre oluy aã medite conaciencio-

19

samente, os automóveis do Estado continuarão a ser uma das causas do nosso desleixo em matéria de administração, lançando-se à ri)a muitas centenas de contos. É por estas razões que eu entendo que deve ser aprovada a emenda apresentada pelo ilustre relator do orçamento do Ministério do Comércio, restringindo de 12 a 8 contos a verba destinada ao sustento do automóvel do Ex.mo Ministro, estando inteiramente convencido que ela é mais que suficiente, sobretudo se se resolverem a pensar no material mais económico que convêai adoptar em função da natureza dos serviços que tem a desempenhar a entidade que o utiliza.

O Sr. Ministro do Comércio e Comunicações (Lúcio de Azevedo): — Ouvi com toda atenção as considerações do Sr. Plínio Silva, e em resposta devo dizer K S. Ex.à que sempre fui contrário a esbanjamentos durantos durante toda a minha vida, não fazendo sentido, por isso, quo eu nesta altura viesse propor Um gasto supérfluo para o Estado.

S. Ex.Mez considerações acerca de consumo e potência dos automóveis.

Não sou automobilista e, por esse motivo, não quero dizer que as marcas adoptadas sejam as mais convenientes.

Tenho de aceitar os factos como £les são e mais nada.

O tempo não me sobra e as vinte e quatro horas do dia aplico-as todas, à excepção do tempo indispensável para o meu repouso, na resolução de assuntos públicos, não podendo dispensar um automóvel para o meu serviço, atendendo, é claro, à economia de tempo que esse veí-°culo representa.

S. Ex.a, como disse, falou-me em potências de máquinas e em consumo de combustível, sendo para lastimar que se tivesse esquecido de que o preço da gasolina triplicou desde a data em que foi •apresentada a verba primitiva e desde que o Sr. Ministro das Finanças fez o corte nessa mesma verba.

Ora dando-me automóvel e não mo dando o combustível necessário, o mesmo ó que não ter automóvel.

São estas as razões que nie levaram a propor que se mantivesse a verba de lá contos, quo não ó nada exagerada