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verba; todavia, com a lialdade que me caracteriza, eu quero declarar também que, nas visitas de inspecção que tenho feito às nossas pontes, eu verifiquei que, pelo menos as metálicas, algumas das quais constituem verdadeiras obras de arte, autênticas preciosidades de engenharia, têm sido votadas ao abandono e encontram-se bastante arruinadas, devendo o custo da sua reparação orçar por alguns milhares de contos.

Nestas circunstâncias, compreendo bem que, desde que queiramos encetar vida nova e olhar a sério para o estado das nossas pontes, não será possível, sem que disso resulte maior prejuízo, reduzir--se a verba da sua conservação.

Devo dizer' ainda,, porque tive já ocasião do o reconhecer, que todos os serviços relativos a estradas necessitam duma profunda remodelação, pois as condições em que se constróem e conservam as estradas no presente são bem diferentes daquelas em que esses trabalhos se faziam antes da guerra, tendo a subida ex-cional do custo dos materiais e dos salários ocasionado um abandono quási completo de todos os.trabalhos. Se quisermos ter estradas e pontos, teremos de modificar estruturalmente os nossos processos, não só de administração como de direcção, e fiscalização.

O, Sr. Plínio Silva: — E até de construção. O problema da construção das estradas acha-se considerávelmente modificado por virtude da viação automóvel.

O Orador: — Diz o Sr. Plínio Silva, e muito bem, que' de facto a viação automóvel veio produzir uma profunda modificação na maneira de ser das estradas. Realmente as estradas, que tinham umas certas características, não satisfazem hoje, não só pelas suas dimensões, mas também pelos processos de construção.

Durante a guerra os países em luta encontraram-se na necessidade de construir e reparar estradas com a maior celeridade, e daí resultaram-nos conhecimentos e indicações de ordem técnica que hoje têm de ser tomados em conta, demonstrando que, se quisermos fazer turismo, mas com vontade decidida de fazer alguma cousa e não apenas do gastar palavras, teremos, como já disse, de modifi-

Diàrio da Câmara do* Deputados

car estruturalmente os nossos processos. Torna-se, porém, imprescindivel estudarmos, em primeiro lugar, os processos gerais de construção e os processos gerais de conservação, mas atendendo à natureza dos materiais regionais e ao facto de que, em face da elevação do custo da mão de obra, se impõe que os processos manuais sejam substituídos pelos processos mecânicos, o braço seja substituído pela máquina e que as construções e reparações, como medida económica, sejam feitas em grande escala, e que a pequena reparação seja aturada e consciente, porque S. Ex.as sabem que, apesar desta situação crítica em que nos encontramos, de vermos as estradas danificadas pelo automobilismo e pelas grandes cargas, verificamos que nesta altura o Estado tinha para a conservação dessas estradas indivíduos a que se chamam cantoneiros, aos quais, ainda nesta altura, lhe pagava, como remuneração do seu trabalho, apenas $64.

V. Ex.as compreendem que, com uma remuneração desta natureza, impossível se tornava exigir trabalho e termos uma conservação perfeita. E porque reconhecia que o Estado republicano cometia uma. grande injustiça para com esses modestos servidores, e porque não lhes podia exigir trabalho, como, aliás, estou disposto a exigir a todo» os trabalhadores, (porque, pagando-lhes $64 por dia, não tinha direito a exigir-lhes-trabalho visto que essa quantia não lhes dava para o pão da sua alimentação) resolvi aumentar o ordenado desses modestos servidores, e é por essa razão que apresento uma nova proposta para que essa verba^ seja aumentada com mais 78 contos, destinados ao aumento de vencimentos' aos cantoneiros.