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Sessão de 9 de Junho de 1920

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duas Câmaras, e portanto já é lei do País, uma medida pela qual o G-ovêrno é autorizado a reduzir o funcionalismo em todos os Ministérios.

Por isso, o Sr. Ministro do Comércio, verificando dia a dia as necessidades dos serviços a seu cargo, poderia dizer--nos brevemente quais são os funcionários que podem ser dispensados.

Deve, pois, o Sr. Deputado esperar

.por essa ocasião, porque com certeza

nessa data S. Éx.a o Sr. Ministro deve

' reduzir o pessoal na medida da máxima

justiça.

Tenho dito.

O Sr. Plínio Silva: — Sr. Presidente: não podia deixar de usar da palavra, porque o Sr. Ministro do Comércio foi para mim muito injusto, por não lhe ter sido certamente possível acompanhar com-pletamente as minhas considerações, supondo que eu há pouco, havia esquecido exactamente a parte m ais importante: o combustível, quando eu, aliás, foi por aí que comecei, citando, até, o consumo dos automóveis, precisamente para chamar a atenção de S. Ex.a para a sua importância, e aconselhar que lhe fosse destinado um carro em condições para, com muito menos despesa que actualmente, manter o seu sustento.

Sr. Presidente : seria interessante que o Sr. Ministro tivesse mandado apontar os percursos que tem feito o seu carro, e é pena que não se adopte entro nós aquilo que no Corpo Expedicionário Português se usou: o livrete da viatura automóvel onde o cliauffeur trazia os registos de todos os percursos, gastos em gasolina, reparações, etc., que o seu automóvel ia fazendo e sofrendo. Se se adoptasse esse livrete, tenho a certeza de que pouparíamos muito dinheiro.

Esta afirmação que faço é aliás filha da prática. Realmente no Corpo Expedicionário Português chegou a verificar-se nos primeiros tempos em que a desorganização dos serviços era máxima que se gastava desproporcionalmente mais que no exército inglôs, adoptando-so posteriormente os livretes a fiscalização que eles facilitavam conseguiu-se reduzir o consumo de dois terços, fazendo-se o mesmo serviço que anteriormente e arranjando-se ainda um pequeno stok.

A importância disto é óbvia e foi de tal alcance, que quando os ingleses se viram forçados a reduzir o fornecimento de gasolina que nos faziam não nos fez esse facto diferença.

Dá-se a circunstância de anteriormente cada um gastar o que queria, tendo liberdade absoluta de ir passear de automóvel para onde lhe apetecia; e não se fazia mais nada do que requisitar e fornecer gasolina sem a mais leve observação.

Alvitro que se Osiga o mesmo sistema que, de resto, estava eu ainda em França, propus a alguém que fazia parte do Parque Automóvel Militar adoptasse em Portugal, aproveitando-se até os modelos que usávamos no Corpo Expedicionário Português para auxiliar a fiscalização e que a tam importantes economias conduziram.

Mas discreminemos a verba fixada no orçamento para vermos quanto ela ó exagerada.

Com 1.000$ por mês o suponho que, para calçado do carro, para sobresselentes necessários para possíveis reparações e ainda para gratificações e óleos, se tirem dessa verba 400$, o que é mais do quo suficiente, atenden-lo ao serviço do Sr. Ministro do Comércio, S. Ex.a fica com cerca de 20$ por dia para consumo de gasolina.

Referiu-se o Sr. Ministro do Comércio ao preço deste combustível. Não tenho aqui presente nota das alterações que esse preço tem tido nos dias da última semana; todavia, estou convencido de que quando em- Abril o Sr. Ministro das Finanças propôs a redução de 4.000$ já a gazolina tinha a cotação superior a 30$ por caixa. Partindo-de que S. Ex.a tem 30$ por dia para gazolina o supondo que esta custa a 40$ por caixa de duas latas de 19 litros cada e que o automóvel que utiliza ó um líudson, que é um dos carros de maior consumo, precisando de cerca de 38 litros por 100 quilómetros, poderia S. Ex.a fazer um percurso de 50 quilómetros por dia.