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Sessão de 9 de Junho de 19W

zer estradas convenientes para o turismo, precisamos de despender verbas, precisamos de alcançar receitas. Conto apresentar em tempo devido o resultado desse estudo, e propor a realização dum empréstimo destinado não só à construção como à reparação das estradas, especial-: mente às do turismo. A verba inscrita no orçamento é insignificantíssima e, se ela já não era precisamente a necessária para as necessidades duma, reparação modesta, hoje, que para a conservação das estradas o Estado inclui no seu Orçamen-to"geral perto de 3:000 cantoneiros, com um salário de 1$20, que é agora o seu vencimento, fica absorvida a .verba da conservação.

O Orador:—V. Ex.-a compreende, e muito bem, que a principal função do cantoneiro é mais a reparação do que a construção.

Se nós lhe dermos pedra e areia a tempo, essa desproporção, que à primeira .vista parece grande, passa a ser reduzida e por isso eu determinei à direcção das obras que fizesse no mês de Maio, com urgência, as requisições para que no mês de Junho fosse feito o fornecimento da pedra depois das colheitas, sendo ela nessa ocasião apartada para os caminhos a reparar, custando assim muito mais barata, podendo mesmo ser gratuita, o que não seria em outro tempo, que custaria mais cara.

O Sr. Plínio Silva (interrompendo)-.— Posso dizer a V. Ex.a que no sul as estradas também estão bem destruídas.

A estrada de Eivas a Campo Maior está em tal estado que será mais económico fazê-la de novo do que repará-la.

Não "se fazem as reparações como devem ser feitas e assim gastamos dinheiro e nada temos.

O Orador: — Ninguém pode contestar que as reparações das estradas não têm sido feitas convenientemente.

Foi por isso que eu propus o melhor pagamento aos cantoneiros e resolvi chamar as atenções dos chefes dos cantoneiros para este estado de cousas, obrigando todos a cumprir o seu dever.

Terei de dispensar talvez bastante energia e castigar mesmo quem o mereça,

mas entendo que assim é necessário por que a questão das estradas é grave.

O primeiro cuidado que tive foi modificar os vencimentos dos cantoneiros e estou convencido de que alguma cousa conseguirei.

O Sr. Mariano Martins (interrompendo):— V. Ex.a tem também de dar bons vencimentos aos respectivos directores para que estejam nos seus postos.

Apartes.

O Orador: — É o que eu quero conseguir e para isso hei-de empregar todos os meus esforços.

Feitas estas considerações, mando para a Mesa a seguinte

Proposta

Proponho que a verba de 1.100.000$, do artigo 23.° do capítulo 3.°, seja elevada de mais 78.000$.— Lúcio de Azevedo— F. de Pina Lopes.

Foi admitida.

^.

O Sr. Ministro das Finanças (Pina Lopes):— Sr. Presidente: as propostas de redução, principalmente feitas nos Ministérios da Guerra, da Marinha e do Interior foram feitas por mim e estão assinadas com o meu nome.

Concordo que algumas dessas reduções são exageradas e talvez senão justifiquem numa ocasião anormal como aquela a que se referiu o Sr. Aboim Inglês, mas S. Ex.a sabe a situação precária em que se encontra o Tesouro e a necessidade que houve de fazer reduções.

O ilustre Deputado Sr. Plínio Silva referiu-se à disparidade que existe entre as verbas destinadas aos vencimentos e material, achando injustificável que a verba do pessoal fosse maior.

Infelizmente, ôste facto dá-se em quási todos os quadros da nossa administração.

Nós temos, por exemplo, no Arsenal do Exército, que a verba do material ó 20 por cento da correspondente ao pessoal, o que realmente demonstra o indício da n o sã a péssima administração.