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'Sessão tte 17 de Junho de 1&20

cão, mas que servissem de guia indicador parei o Sr. Ministro das Finanças fazer os seus cálculos.

Lembro-me que nessa ocasião o chefe do Gabinete do Sr. Ministro, o Sr. Velhinho Correia, disse que «mio era com discursos que os câmbios se endireitavam».

Respondo agora embora já tarde a Ssse aparte.

Não será efectivamente com discursos que os câmbios se endireitam, mas também não 6 com propostas desorientadas e números atirados ao acaso para o papel, que as finanças retornam o seu curso normal: ó com ideas, ,á com leis — para quem tem o fetichismo das leis —,- é com estudo aturado e consciencioso, ó com conhecimento do assunto, é com muito trabalho.

Agradeça o Sr. Ministro das Finanças a minha lialdade por lhe ter proporcionado ocasião de reflectir.

Afigura-se-me que com as minhas considerações presto não só um bom serviço a S. Ex.a, mas à Nação.

Não sou daqueles que apresentam moções de desconfiança.

Vivi no Parlamento dezembrista e jamais apresentei uma moção, de desconfiança.

Deixo à consciência dos homens públicos o conhecimento do seu valor exacto e da sua capacidade para gerir os negócios do país que lhe são confiados.

Estíibeleçamos, de facto, o regime das cornpetôncias, mas percamos a idea de quo essas competências se encontrem cn7 tre os comerciantes e industriais que, durante a guerra e ainda agora assim procedem, só souberam sugar o consumidor e não souberam aproveitar o momento excepcional para, ao menos, fundar uma nova indústria, uma nova empresa nesta desgraçada terra de Portugal. (Apoiados}.

Digamos-lhes que não medimos a nossa competência com. a deles.

Nós podemos ter defeitos, mas somos impulsionados pela idea do beni-estar do povo. Neles, se há t n mb fim essa idea, isso de nada servo, visto que a deixam vencida pela idea do ganho em que só pensam para encherem as suas burras. - Esta Câmara que lhes responda altivamente. Aceitamos todas as ínias indica-ÇÒCB como Mibsúlio para o nosso estudo,

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e nunca como resultado imposto à nossa deliberação. Tenho dito.

Vozes: — Muito bem. O orador não reviu.

O Sr. Ministro das Finanças (Pina Lopes):— Sr. Presidente: como na passada terça-feira tinha pedido ao iJustre Deputado Sr. Cunha Liai para fazer o obséquio do enviar para a Mesa uma nota de interpelação, para responder à qual eu me daria por habilitado em curto espaço de tempo, e S. Ex.a não retorquiu a esse meu desejo, supus que S. Ex.* havia, de facto, concordado nisso, e assim não trouxe hoje os elementos que julgo indispensáveis para responder cabalmente às i suas considerações.

Por isto mesmo é que eu há pouco insisti, apelando ato para a lialdade de S. Ex.!l, na convicção de que o não fazia em vão, porque S. Ex.a apresentasse essa nota de interpelação.

Q ilustre Deputado, porém, entendeu dever versar o assunto desde já, o eu acabo de ouvir as considerações que S. Ex.íl bordou com muita competência, demonstrando ter estudado magnificamente a questão, o que me leva a mim, que gosto sempre de prestar justiça a quem a tem, a render a S. Ex.a as minhas homenagens muito sinceras.

Sr. Presidente: efectivamente há uns erros nos quadros que fazem parte da segunda série de propostas que apresentei ao Parlamento, e eu digo a S- Ex.a porquê.

A Contabilidade Pública, em virtude dos elementos que lhe haviam sido fornecidos, levou a conta dos diversos empréstimos a verba do 220 mil contos da emissão de títulos para caucionar no Banco de Portugal as quantias dolo recebidas por virtude do empréstimo de 1918. A l.a Repartição da Fazenda Pública, levou, po-rêm, essa quantia à conta da dívida ílu-tuanto interna.