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(Sessão de 17 de Junho de 1920

préstimo em boas condições ou V. Ex." tem razEo para os fazer ir pelos ares.

O Orador: — Tem V. Ex.a razão. A situação não foi criada por mim.

O Sr. Rego Chaves (interrompendo): —

Depois da reclamação feita pelo Sr. Ganha Liai, a que não correspondeu a resposta de V. Ex.a, eu vejo me na necessidade, se V. Ex.a mo consentir, de explicar à Câmara a situação privilegiada desses Bancos.

Quando se tratou da acquisição de trigos foi necessário ao Ministro das Finanças, que ao tempo era eu, abrir um crédito.

Foram consultados vários Bancos para abrirem'esse crédito no estrangeiro.

Depois disso e das várias démarvhes realizadas, essa missão foi entregue ao Banco Nacional Ultramarino, que abriu um crédito em Londres dum milhão e quinhentas mil libras para a compra do trigo.

O Estado podia escolher a forma de pagamento, em ouro ou em escudos.

Continuação do aparte do Sr. Rego Chaves, que se não ouviu.

O Orador: — O Sr. Cunha Liai referiu-se também à, dívida flutuante, dizendo que ela devia ser diminuída consolidan-. do-se.

A razão por que isso se não tem feito é realmente pelas dificuldades do crédito. Em todo o caso o Governo tem. estudado o assunto com a maior dedicação e boa vontade, não podendo ainda realizar o seu desejo pelo facto que já apontei, por ter encontrado grandes dificuldades.

Continuará, porém, a estudar o assunto com esperanças bem fundadas do que qualquer cousa de positivo em breve po-,derá conseguir.

Eu sinto, Sr. Presidente, não poder neste momento dar mais explicações sobre alguns dos pontos versados pelo Sr. Cunha Liai.

Estou a apurar convenientemente tudo o que há sobre os erros apontados por S. Ex.a e trarei à Câmara esses esclarecimentos.

Um dos principais erros, c que foi sem dúvida uni caso lastimável, foi não ter

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vindo à Câmara a expressão da verdade, mas no emtauto, estou convencido do que a Câmara reconhece a boa intenção, e que esse lapso foi motivado por uma má interpretação duma repartição do Estado.

Não quero deixar de aproveitar a ocasião de agradecer ao 'Sr. Cunha Liai" a lialdade e correção do seu procedimento, e até os ensinamentos que ele trouxe à Câmara, e muito especialmente a mim, pois que o seu discurso foi interessante sobre todos os pontos de vista. • Em todo o caso, quero afirmar que dois ou três dias depois notei que havia uma diferença, cujo quantitativo ignorava, é certo, tendo eu, na manhã seguia 13 ao dia que S. Ex.a tratou este assunto num dos teatros de Lisboa, dito qu« o Sr. Cunha Liai tinha dado com a diferença.

Eu folguei pelas afirmações feitas por S. Ex.a, e pena tenho que o Sr. Cunha Liai não faça parte da comissão quo há--de apreciar as propostas, porque a sua inteligência certamente influiria no seio da comissão para que saísse unia obra mais profíqua.

Certamente S. Ex.!l reserva-se para quando elas vierem à, discussão na Câmara para lhes introduzir as modificações que julgar convenientes, se porven-0 tura, elas puderem ser modificadas.

O que devo dizer ao Sr. Cunha Liai é que 'a intenção que tive, ao trazer à Câmara as propostas de finanças, foi servir bem o país; poderão elas não satisfazer a esse desideratum, mas, em todo o caso, elas representam uma boa vontade.

Eu estou neste lugar forçadamente. e quando o coronel Baptista, que era meu comandante na Guarda Fiscal, me chamou ao Ministério do Interior para aceitar 6sto lugar, eir apresentei lhe todas as desculpas para me escusar, mas ele acabou por me dizor que era uma ordem de serviço e eu como militar, tinha de obedecer.

Sr. Presidente: eu não tenho vaidade, c para mini, exercer este lugar é ura sacrifício ; é um réu que está sentado num mocho a receber as acusaçõns de toda a gente, umas bcas, outras forçadas, einfim, cousas da política.