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Seseão de 18 de Junho de 1920

Apurem-se as responsabilidades e castigue-se quem deva ser castigado.

O crime do Ministro foi ter apresentado as propostas de finanças, foi querer obrigar a pagar aqueles que ganharam durante a guerra.

Saia o Governo, saia o Ministro das Finanças, mas pelo crime de ter apresentado as propostas de finanças.

Tem-se feito a crítica, que sempre é fácil de fazer, mas ninguém.' apresenta cousa melhor.

O Sr. Presidente : — V. Ex.a sabe que eu o tenho em muita consideração, assim como a todos os Srs. Deputados, mas o qne se está tratando é do negócio urgente 'e não das propostas de finanças.

O Orador : — Eu estou falando em lucros de guerra e na acção política do Governo.- Se V. Ex.a entende que estou fora da ordem, termino desde já as minhas considerações.

Vozes: — Está dentro da ordem ! Pode continuar! Não apoiado!

O Sr. Presidente: — Queira S. Ex.8 continuar.

O Orador : — Tenho seguido com atenção e com cuidado a campanha levantada contra as propostas de finanças apresentadas pelo Governo, e, designadamente, a campanha feita contra a -proposta relativa aos lucros de guerra. Vem toda a gente com o exemplo da França, com ,o exemplo daqui, com o exemplo de acolá, esquecendo a maneira correcta e patriótica como o Parlamento francês procurou as soluções mais perfeitas e práticas para arranjar receita.

Seria interessante, pois, que os críticos, que têm feito tam formidável campanha em todos os campos, na imprensa, no Parlamento, em. conferências, em reuniões, em vez de se limitarem à sua acção demolidora, apresentassem, como era do sen dever, propostas compensadoras ao quo tam violentamente combatem.

Tenho coleccionado, um por um, todos os ataques feitos contra as propostas de finanças, e estou pronto a discutir com quem quer quo soja e a provar que, na

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sua maioria, esses ataques são absolutamente injustos e ato desonestos.

O Sr. Presidente: - Tenho a ponderar ao Sr. Velhinho Correia que deu a hora de se passar à ordem do dia. Como a Câmara não deliberou que se generalizasse oa ssunto com prejuízo da ordem, faço esta advertência a S. Ex.a

O Sr. Brito Camacho:—Eequeiro que se continue na discussão com prejuízo da ordem do dia.

Assim se 'resolveu.

O Sr. Ferreira da Rocha:

votação pleonástica!

Foi uma

O Sr. Brito Camacho: — Bem sei. Mas se eu fosse a demonstrar o pleonasmo perder-se-ia mais tempo do que fazendo um requerimento! (Risos).

0 Orador: — Entendo, em minha consciência, que o Governo deve sair para dar lugar a um outro Governo saído dum acordo entre todos os partidos que têm responsabilidades nos destinos da República. Não quero dizer com isto que seja um Governo de concentração, mas sim um Governo constituído para fazer uma obra comum.

Neste momento não há possibilidade de resolver o problema político, que se confunde com o problema nacional, sem ser por um sólido acordo entre os principais homens que têm responsabilidades nos destinos da Eepública. Por isso eu digo ao Governo: Saia ! Mas voltando-me para os meus ilustres cole gás, digo-lhes: se se deixar sair o Governo para continuar na mesma vida de retaliações, de ódios pessoais, de pretensões descabidas, de ambições loucas, consentir-se há na perpre-tação do mais grave crime : a perda duma nacionalidade que tem direito a melhores dias do que aqueles que está passando.

Antes de terminar permita-me V. Ex.a que afirme que ó sem fundamento e sem base a campanha levantada no jornal Diário de Noticias, cujo articulista esquece que o fornecedor do Estado pagava os 45 ou os 49 contos e além disso os 240$.

1 E assim que se faz uma campanha contra uma lei absolutamente justa!

Tenho dito.