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co sobre esta questão, campanha em que até se acusou de traidor a Teixeira de .Sousa.

Disse-se q

Várias considerações bordou S. Ex.a que me permito classificar de menos exactas, não por S. Ex.a pretender faltar à verdade, mas por ttão conhecer bem o assunto.

A construção do caminho de ferro de Malânge é bem feita; o de Benguela é mal construído.

Se se tivesse atendido às indicações dos engenheiros, tal como o engenheiro Serrão, glória autêntica da engenharia nacional, não se teria .dado esse inconveniente. (Apoiados).

O caminho, de ferro de Mossâmedes, qtte foi aqui tam discutido, não serve para comparação. V. Ex.a sabe que, em geral, não se desce dum planalto paia a coste eni dois degraus-.

Faz parte do Parlamento português o Sr. engenheiro Torres, que fez não sei quantos traçados para chegar ao planalto.

Além disso há muitos outros traçados, e sé não sê chegou ao planalto não foi porque o caminho de ferro esteja nas mãos dó Estado, mas porque o Governo da metrópole não dá dinheiro à colónia,. O Estado, em vez de mandar paia lá Altos Comissários, devia -mandar umas dezenas de contos e viria como as obras se faziam.

Já porque há um ou outro caso de má administração do Estado, não se deve, todavia, dizer qu^ a .administração do Estado é -sempre ruinosa.

Quanto à -idea do resgate, o Sr. Fef-reita da Rocha citou já 'um dos intuitos com que se pensa -em resgate nos caminhos de ferro das colónias.

Para o de Benguela há, o objectivo do Sr. William, que é trazer-lhe os produtos da Katanga até a costa. Mas o estado põ'de ajfroveitar-se desse objectivo para ía"zer a, drenagem doa prodntds pobres do planalto para a costa.

Tatobêm não quis aludia* o Sr. Jaime de Sousa a uma outra afirmação do Sr. Ferreira da Rocha, que ó importante: a companhia procura desviar o traçado do caminho de ferro que submeteu à apro^ ciaçlo do Estado sem o seu eonhedrneisto.

Diái io da Câmara daí Deputados

'Ora isto não se deve fazer pol*que, além de tudo, è ilegal.

•De forma que, Sr. Presidente, tiro estás tíonolusõês: o caminho de ferro dó Benguela não é ò melhor âe África, não é o melhor construído, e o sou resgate 'vem unicamente para que seja possível a drenagem dos produtos pobres do pia* •uálto para a costa.

Ainda quero frisar qfce o Estado tem permitido até hoje, sem que no Parlamento tenha havido qualquer interpelação a esse respeito, tudo quanto o caminho de forro de Benguela tein querido fazer.

A repressão do Estado não se tem feito sentir absolutamente em cousa alguma. Por consequência, parece-mó ^uè se o Parlamento não dá o grito de alarme, esse caminho de ferro continiáíá a "Servir para ás manigâncias financeiras do Sr. Wilfíaín, etc:

E já agora, apesar de estarmos neste sussurro, neste ramerrão, apesar dê todos os metis colegas estarem apenas preocupados com a loteriá do Governo e de quantos indivíduos mimsteriáveis têm •no seu partido, apesar de todas as combinações e mais cousas, eu quero fà2£t sentir à Cámar-a o que repteseíita de abastardamento da raça isto de se poder dizer no lugar mais alto, que é o Parlamento, que é -possível cp.ie uma companhia tenha prevaricado,' tenha iludido 'as •leis com que o Governo tem brindado a «Nação pára levar o caminho de ferro até -final, que é possível -que to'das estas feús*-peitas ee levantem, que as relações do Estado se mantenham com a m'esma companhia nó mesmo pé de amistosas relações, que se continue a votar projectos de&ta aatureza e que o Parlamento dá Kação, sabendo, pcfrventura, que existem potentados que iluiem as leis, que a& não cumprem, não se levante em peso e não lhes diga: abasta»!

Estranho a falta de sensibilidade! Mas é claro que isto não implica em nada com que cada um-de nós mantenha muito alto a sua honorabilidade individual.

,;Pregunto se o Estado pode transaccionar com uma companhia nestas condições?