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Stusão de 23 de Julho de 1930

A sombra de legítimas reclamações de oficiais milicianos não se laça uma política que impeça uma obra de inteira justiça, eficaz e radical justiça.

Tenho obrigação de dizer a verdade. Não ó apenas pelo facto de se t

Friso o seguinte, não p.-.rã dar essa honi a o quem quer que seja: a todos devemos prémio igual, a todos reconhecemos igual merecimento. (Apoiados).

Mas a todos os oficiais milicianos o Governo tem de reconhecer os seus serviços dentro ou fora do exército, acompanhá-los pela vida fora como ó dever do Governo.

Mas há também o soldado, o soldado que estava na primeira linha no seu pôs-to, sentindo a vinte o sete metros as vo-zjs, as palavras do inimigo.

Esses humildes obreiros da glória portuguesa, esses devem merecer igualmente> como todos os que estiveram na Flandres, os cuidados e carinho do Governo Português. (Apoiados].

O Sr. Manuel José da Silva (Oliveira de Azeméis): —Até hoje não se tem feito nada,' infelizmente.

O Orador: — Não se tem feito nada e é preciso que àqueles que1 lá estiveram em puís estrangeiro, não conhecendo a língua, longe da família, com sacrifícios incomportáveis, com a saudade pungindo-lhes a alma como ponta de agulha, com uma alimentação que não era deficiente, mas a que não estavam habituados, é preciso que estes homens, que íoram o alicerce da nossa glória, tenham a sua festa. É preciso fazer-se em Portugal a festa do soldado, ó preciro que se faça em Portugal a festa da guerra, que se faça em Portugal a festa da vitória.

r"j preciso dar a Cste País fé e energia, é prociso quo os factos que vão passando pelos nossos olhos e, exactamente Dor isso, nos aparecem quási insignificantes, sejam não apoucados, mas vistos através da bandeira da realidade, porque através da realidade esses actos são grandes, são enormes, enchendo de luz a nossa época o a nossa alma.

Sr. Presidente: creio ter assim respondido a todas as preguntas, pelo menos

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as mais essenciais, quo foram feitas ao Governo.

O Sr. Orlando Marcai:—Y. Ex.a dá-me licença?

Quando V. Ex.a fez a afirmação de que nãa se devia íazer política...

O Orador:—Não me referi a V. Ex.a: refiro-me a mim próprio, refiro-me a todos.

O Sr. Orlando Marcai: — Q.uero apenas dizer a V. Ex.a que não foi a política que me determinou a levantar esta questão.

O Orador: — Sei bem que assim é.

Sr. Presidente: novamente, em nome do Governo, apresento a V. Ex.a e à Câmara os nossos respeitos e cumprimentos, declarando mais unia vez que este Governo está aqui em obediência à Constituição, não apenas por obrigação, mas pela alta compreensão do .que deve ser um regime democrático; está aqui, repito, para cumprir o sei* dever.

Quando dentro da Constituição não tenha os necessários elementos de governo, pode V. Ex.a e pode a Câmara ficarem certos de que o Governo saberá cumprir o seu dever, como soube cumpri-lo, aceitando este lugar nas circunstâncias actuais.

Tenho dito.

O orador Joi muito cumprimentado.

O discurso será publicado na integra, revisto pelo orador, quando devolver, revistas, as notas "taquigráficas que lhe foram enviadas.

Os «apartes» não foram revistos pelos oradores que os Jizeram.

O Sr. Manuel José da Silva (Oliveira do Azeméis) (para explicações): — Sr. Presidente: deixe V. Ex.a que eu manifeste a minha estranheza pelo facto de, mal se entrou na ordem do dia, eu ter pedido a palavra para explicações a propósito do debate político iniciado há dias nesta Câmara, e ela não .me ser concedida.