O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

22

Falei num ponto fundamental do programa político .de. S. J3x.!l— a.liberdade de comércio;—e S. .Ex.a .não se referiu às .afirmações que eu fiz.

A meu ver, decretar a.liberdade de comércio é ter a antecipada certeza de que os.produtos vão ser assambarcados.. Se S. Ex.a, porém, nos garante que a produção se manterá em termos que não íalte nada ao País, e não seja preciso o racionamento, então bem está que se decrete ,a liberdade do comércio, S. Ex.a não me respondeu, não por que não possua .uma rara inteligência e invulgares qualidades de trabalho, mas p.orque ainda não pensou a fundo sobre os problemas respeitantes à pasta da Agricultura.

A apresentação dum Governo não serve para mostrar os-seus Ministros, que todos nós sabemos que são rapazes muito simpáticos, mas para se definirem as directrizes que levem o País a melhores destinos. -

S. Ex.a, permita-se-me a expressão, passou pelas minhas objecçôes como gato por~brazasl

Nós precisamos conhecer as ideas do Governo no tocante a empréstimos, internos ou externos, ao objectivo económico, .às grandes obras que irá iniciar.

'Não vim fazer dissertaco.es scientíficas. Fiz,apenas preguntas, e se .a elas não dei a .devida publicidade foi por que podia causar atritos no mercado.

Se V. Ex.a procurasse .responder a todas elas, teria todos os elementos para um plano financeiro, o de contrário V.. .Ex.a.não o podia-fazer.

,SeV. Ex.;i vaie-levar as taxas como fez o :Sr. Pina Lop.es, mas criar receitas ape-. nas p'or decreto, iss,o .não chega.

O que é.necessário é buscar a .confiança financeira, pois sem .ela :ó impossível fazer ou tentar qualquer = empréstimo lá fora ou cá 'dentro. Mas pedindo a redu-. cão das ,despes,as e actualização das taxas, não. é a forma de firmar crédito finan-•cei-ro.,

Há i um outr.o ponto a que eu'também• desejo referir-me, e que diz respeito à amnistia.

-.0 :Sr. António .Granjo ó .uma pessoa muito hábil e prometeu, por.agora, não dar & amnistia, por.qne, .disse, não .é agora a oportunidade, .pois

Diário da Câmara dos Deputados

É .Qstranhável esta atitude do S..Ex.a, .comparada com aquela que teve quando na oposição, poi-s -então nunca S. Ex.-a:se pronunciou sobre a oportunidade da amnistia. S. Ex.a quis deixar os moncirquicos na esperança de melhor hora para a amnistia.

Ora, nós fizemos uma cousa diferente. • Eu .já declarei que, ainda que se tratasse de pessoa de minha família, quem quere que fosse, pessoa que eu mais esti-.masse, não mudaria â .minha atitude. (Apoiados).

.Pregunto:

Em resposta a esta atitude encontro a resposta de D. Manuel e o procedimento dos monárquicos.

Tenho a certeza de que eles se não modificariam. Digo-o sem medo que isso me afaste do poder.

Fique V. Ex.a sabendo que o favor dos monárquicos é ainda uma grande força para se ir ao poder.

Eoço ao lado daqueles que eu sei que amanha s.e me encontrassem vencido, me lançariam todas as vaias, e não sinto o mínimo rancor, mas .discordo de que seja esta a op.ortunidade para a amnistia.

Eu ,não sou apenas contra a amnistia pelas razões apresentadas pelo Sr. António Granjo.

O mesmo seu correligionário Sr. Brito Camacho se manifestou'neste sentido, como passo a.ler à Câmara.

.S. Ex.a é colaborador do ilus-tre leader do Partido .Liberal. Tais foram.os que defenderam a Repúblic-a: pretendentes a um .lugar na luta da vida. ,

S. Ex.a quis obedecer a essa imposição; nós nem ontem nem hoje obedecermos, a essa condição.

Não se deve entregar nas mãos desses indivíduos ã dcfez-a da República.

•Mas o Sr. António Granjo disse que, se Bão tiver maioria, como o Sr. António Maria da -Silva a não teve, cairá.

Registemos. Mas essa maioria espontaneamente -se lhe oferece para se não dar o mesmo espectáculo que se deu há dias. (Apoiados).