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da Câmara dos Deputado*

suma de bondade, cujos olhos eíi já vi marejados de lágrimas muitas vezes contemplando alguns espectáculos do. miséria, e cujos sentimentos de republicano e homem de bem eu conheço, já pelo contacto que tenho tido com ele desde criança, já pelo contacto que dia a dia, e pela amizade profunda que mantivemos quando militávamos no mesmo partido, embora hoje estejamos em campos c postos na política.

Não podia por isso atribuir ao Sr. Cunha Liai, colocando-se numa atitude contrária à- amnistia, um sentimento de rancor ou de ódio.

Mas quando S. Ex.a invocou a sua cabeça para se pronunciar contra a amnistia, eu digo...

Aparte do Sr. Cunha Liai que não se ouviu.

O Orador:—A amnistia não SB dá com. o coração, dá-se com a cabeça. Se me tivesse de pronunciar a favor da -amnistia, eu não falaria com o coração, falaria sobretudo com a cabeça, que não é melhor nem pior do que as dos outros.

Sr, Presidente : seria absolutamente incapaz de aprovar a amnistia para conquistar um voto no Poder, como seria incapaz de aprcvar a amnistia na oposição para criar dificuldades ao Governo, e disso deu provas o meu procedimento e o do meu partido. Eu lá fora nunca fiz outra declaração senão esta : que é o Go-A-êrnò quem tem de declarar qual o momento oportuno para a concessão da amnistia, e a mim, na oposição, só me competia aguardar ôsse momento.

Desejaria, pois, que o procedimento para comigo em relação à amnistia fosse 'o mesmo que teve pá a com os outros Governos.

O Sr. Manuel José da Silva (Oliveira de Azeméis) (interrompendo]: — V. lLx.a não ignora decerto que no Senado, e em ordem do dia, está marcada para discussão uma proposta de amnistia. Possivelmente essa proposta entrará em discussão -em seguida à apresentação do Governo, e eu desejava saber de V.'Ex.a, desde já, o que pensa claramente sobre a sua oportunidade.

O Orador : — Creio ter já respondido que não é preciso vir à discussão essa

proposta para me pronunciar sobre a oportunidade da amnistia.

Tenho dito.

O discurso será publicado na integra, revisto pelo orador, quando devolver as notas taqui gráficas.

O Sr. João Gonçalves: — Sr. Presidente : não vou apreciar o programa do Governo; aguardarei a sua obra, a forma como procurará reali/á-la, ao contrário do que S. Ex.a fez, quando eu estava nessas cadeiras.

O motivo que mo levou a pedir a palavra foi o ter visto nos jornais uma expressão que S. F,x.a fez quando tomou posse da pasta da Agricultura.

Aproveito a oj o í tunidade para dizer que motivos imperiosos me impediram de dar a posso a S. Ex.a, porque a essa hora tinha de estar no Parlamento para assistir a uma reunião do Deputados; porem, na impossibilidade de assistir, pedi ao Sr. secretário geral a fineza de prestar a S. Ex.a as minhas homenagens e explicar o motivo da falta, desejando-lhe que não encontre os embaraços e dificuldades em que me vi durante alguns dias, seui ter qualquer documento ou texto legal para realizar uma obra útil em favor do País.

S. Ex.a, ao tomar posse do seu lugar, disse que entrava a lei è desaparecia o empenho. Fiquei surpreendido com esta expressão, e peço a S. Ex.a a fineza de a explicar

'Ao terminar estas ligeiras considerações, eu devo dizer que desejava ver resolvida a questão das subsistências, porque no Ministério de que S. Ex.a faz parte tudo é urgente, tudo são complicações, em que não pode haver delongas, sob pena de S. Ex.a numa manhã acordar, ao som dos tiros em Lisboa. Não quero carregar o quadro; mas eu estou convencido de que S. Ex".a, pela sua robustez e inteligência, levará a cabo essa responsabilidade. Mas, se o não puder fazer, se não puder realizar essa obra, faça o sou exame de consciência, indo-se embora, porque, de contrário, isso dará num grande descalabro para o País.

Tenho dito.

O orador não reviu.