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Sr. Presidente do Ministério mal'S. Ex.a entrou nesta casa do Parlamento. Deu--Iha e S. Ex.a tomou-a realmente com um único, fim, o de fazer a apresentação à Câmara do novo titular da pasta do Interior, e tanto assim o entendeu S. Ex.a que, depois do feita a apresentação de S. Ex.a, na compreensão nítida do seu dever, de momento desistiu da palavra, sentando-se no seu lugar.

A PresidCncia da Câmara entendeu, porem, que S. Ex.a devia usar novamente da palavra para, em ncme do Governo, responder às considerações feitas nesta Câmara a propósito do debate político.

Sr. Presidenta: na última sessão fui eu o último orador inscrito e o último orador a usar da palavra.

Chegou ao,moa conhecimento de que lá fora, e porventura a dent;o da Câmara, corria o boato, sem. fundamento, de que por parte do Partido Popular havia o propósito de com um obstrucionismo, que talvez não se justificasse, criar ao Governo embaraços de momento com uma larga discussão política.

Nesse momento, para não continuar a dar ensejo a todos quantos propositadamente faziam, correr esse boalo, íi\7e de interromper as minhas considerações, e sabe V. Ex.a e sabe a Câmara que o fiz unicamente no propósito do meu ilustre leader, Sr. Cunha Liai, apresentíir à Câmara um requerimento pedindo a prorrogação da sessão.

Infelizmente esse requerimento não foi votado, não por culpa do Partido Popular, mas da maioria, daquela maioria que apoia incondicionalmente o Governo. Ficou nesse dia em cheque o Governo.

Nesse momento, portanto, fiquei inibido de terminar as minhas considerações sobre o programa do Governo, não porque as não tivesse para fazer, e largas, mas porque a rigidez regimental me impedia de, não tendo apresentado uma moção, me inscrever novamente, motivo porque, neste momento, pedi a palavra.

Sei também que o Regimento é claro na doutrina que exprime de que a pala-vra concedida para explicações deve ser usada por um curto espaço de tempo; a dentro, portanto, da doutrina regimental não poderei prosseguir nas considerações que muito desejaria, fazer, a não ser que a Câmara, expressamente se pronuncie.

Diário da Câmara doa Deputado»

Admitida a hipótese de que a Câmara não me permita continuar na apreciação do programa do Governo, desde já declaro que estou disposto a mandar para a Mesa três notas de interpelação, uma ao Sr. Ministro da Instrução, outra ao Sr. Ministro dos- Negócios Estrangeiros c ainda outra a S. Es a o Sr. Presidente do Ministério e Ministro da Agricultura, sobre a acção governativa que S." Ex.a entendem dever fazer pelas pastas que sobraçam.

Antes, porém, de o fazer, e atenta a explicação que dei à C.àmara do acto por mim praticado na última sessão, de quási sem lógica, ter cortado as minhas considerações, quero significar a V. Ex.a e ao Sr. Presidente do Governo que da iiiinha parte, nesse momento, e atentas as explicações que acabei de dar, não houve para com a Câmara nem para com o Sr. Presidente do Ministério nenhuma espécie de animosidade.

Tenho dito.

O discurso será publicado na íntegra, revisto pelo orador, quando restituir, revistas, as notas taquigráficas que lhe foram-enviadas.

O Sr. Cunha Liai (para explicações]:— Sr. Presidente: não vou tomar muito tempo à Câmara.

Pedi a palavra para explicações porque entendi que a não ser por uma absurda interpretação do Regimento, me podia ter concedida a palavra considerando a apresentação do Sr. Ministro do Interior como o início de novo debate. Não quero recordar que quando foi da apresentação do Ministério presidido pelo Sr. Ramos Preto, o actual Sr. Presidente do Ministério chegou a considerá-lo uni Ministério novo, pelo facto de ter um novo Ministro do Interior.

Não abusarei, portanto, da paciência da Câmara e vou ser breve.

Cometeria um acto de indelicadeza se não apresentasse ao Sr. Alves Pedrosa os nieus respeitos e homenagens.

É S. Ex.a um grande republicano, que tem sempre posto a sua espada em defesa da Pátria e da República,