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Seiaâo cfe 23 de Julho de 1920

to, não há outro meio de Governo porque, constitucionalmente, não estando votados os orçamentos, não se poderá dar a dissolução.

Parece, porém, que assim, embora me não importe a dissolução, há-de haver mais maioria neste momento.

Todos estes factos os registo.

O discurso de S. Ex.a merece estes comentários.

Não estou fazendo obstruciouismo, nem estou a fazer derrubar'o Governo.

Registo apenas a sua forma de proceder, a diferença entre a atitude de hoje e a de ontjm.

Há uma .grande diferença na atitude duns e doutros.

Nós devemos proceder para com o Sr. António Granjo da mesma fornia como S. Ex.a procedeu para com o Sr. António Maria da Silva, e é necessário que os homens definam, eni frente uns dos outros, a sua situação.

Termino nesta hora as minhas considerações, mas digo ainda que é necessário que, quando o Sr. António Granjo voltar para as bancadas da oposição, possa conciliar as suas responsabilidadcs.

Tenho dito.

O discurso será publicado na íntegra, revisto pelo orador, quando restituir, ré vistas, as notas taquigráficas que lhe foram enviadas.

O Sr. Presidente: — Vai ler-se uma nota de interpelação. Foi lida. Vai adiante publicada. .

O Sr. Presidente do Ministério e Ministro da Agricultura (António Granjo): — Sr. Presidente: o Sr. Cunha Liai, que está desempenhando as funções de leader do Partido Popular, fez novamente algumas observações ao programa do Governo e à resposta que por mim foi dada a S. Ex.a e aos oradores que usaram da palavra.

S. Ex.a diz que nenhuma resposta foi dada às suas preguntas sobro matérias que correm pela pasta das Finanças, e nenhuma resposta foi dada em relação aos assuntos da minha pasta. Assim, novamente fez uma dissertação sobre sub-sistOncias, ainda mais vaga do que aquela que fez sobre finanças.

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S. Ex.a reconheceu a razão que tive não entrando em apreciações de forma concreta na questão financeira, mandando para a Mesa uma nota de interpelação ao Sr. Ministro das Finanças.

Ainda bem que S. Ex.u procedeu assim, porque terá uma resposta mais autorizada do que aquela que eu lho poderia dar.

Em. relação às subsistências, eu desejaria que seguisse o mesmo procedimento porque, em outra ocasião, poderei porventura concretizar a minha resposta de fornia mais precisa, sem sair das fórmulas usadas quando da apresentação dos gabinetes, e desde já me declaro pronto a responder a tal interpelação.

Também o Sr. Ministro das Finanças me declarou já que está habilitado a responder à interpelação que lhe anunciaram.

Há ainda uni assunto a que quero ago-' rã fazer referência, a amnistia.

O Governo não obedeceu nem obedece a imposições nenhumas, vindas de qualquer lado.

O Governo tem de levar em conta as diferentes correntes de opinião republicana, sobretudo em um acto que as pode dividir. (Apoiados).

Eu disse, e repito, o Governo não pode ainda prpnunciar-se sobro a oportunidade ou inoportunidade da amnistia, porque não tem ainda as indicações necessárias para dar a esse respeito opinião definida, e porque verifiquei que a opinião republicana estava dividida, e não seria lícito ignorar que um Governo republicano não podia praticar um acto que beneficiasse os inimigos da República em prejuízo daqueles que o apoiam e sobre os quais reside a eficácia da sua acção governativa. E desde já declaro que emquanto essa opinião estiver subdividida, não darei a amnistia; e digo isto sem nenhuma espécie de rancor ou ódio para com aqueles que são meus iuimigos.