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de 28 de Julho

Sr. Presidente: agradeço as palavras de consideração que S. Ex.íl o Sr. João Gonçalves teve a bondade de me dirigir. Agradeço também, extremamente penhorado, a explicação que deu à Câmara da circunstância de não ter assistido à minha posse, explicação que me tinha dado o Sr. secretário geral, em termos que não deixavam dúvidas nenhumas sobre a consideração que lhe mereço, e que não é mais do que a retribuição çla considera^ cão que lhe tenho tributado.

Não ó exacto que eu tivosse dito que, entrando eu, entrava a lei e acabava o empenho.

Eu pertenci à comissão de inquérito ao Ministério dos Abastecimentos, não posso ignorar que frequentemente se faz a distribuição de determinados géneros, mais por atenção a empenhes, do que pelo sen timento- das verdadeiras necessidades e exigências das populações.'

Ainda ontem, por exemplo, se deu o caso de uma comissão quo me procurou para pedir açúcar, me disse:

Se o Sr. Midistro nos dá as guias, nós teremos quem nos forneça o açúcar por ínais dois contos.

De forma que não mo sendo permitido ignorar estes factos, como não os ignoravam V. Ex.as e os Ministros que o precederam, eu quis salientar que estes abu-sOs e favoritismos tinham que acabar, e que para tal fim empregaria toda a minha energia e a autoridade que me resulta do cargo cujas funções estou exercendo.

O Sr. João Gonçalves ó certamente incapaz de acreditar que na sua ausência eu tivesse proferido uma só palavra que pudesse, não digo já melindrá-lo, mas sequer ser-lhe desagradável.

.Quanto à minha missão como Ministro da Agricultura, não me julgo realmente com a competência necessária para bem desempenhar as funções dessa pasta, como de resto as de qualquer outra.

Em todo o caso as circunstâncias colocaram-me lá e, se pelo meu bom sepso, diga-se, pela minha boa vontade de resolver as questões, que por vezes é a mais maravilhosa luz, tiver a felicidade de encontrar um certo apoio para as medidas que tenciono pôr em prática, estou convicto de que até certo ponto aliviarei o estado actual do País, proporcionando-lhe

não a plena ventura, porque jamais é possível, não conio situação inteiramente desafogada, porque também não é fácil, mas no em tanto, uma melhoria apreciável.

Depois de feita a apresentação do Governo no Senado e se a Câmara nos honrar hoje com o seu voto de confiança, conto logo a seguir trazer aqui as propostas que entendo deverem ser votadas para a resolução desses assuntos e promulgai-os decretos q'ue porventura estiverem na minha alçada para ir remediando este estado de cousas.

Antes disso não o farei, porque pelo respeito quê a representação nacional me merece entendo não ter o direito de publicar um decreto emquanto o Governo não obtiver a confiança do Congresso, contando depois não só com a boa vontade do ISr. João Gonçalves, mas cora o seu conselho salutar e amigo, pois é mister quo todos nos unamos para salvar o País.

Posto isto, Sr. Presidente, desejo ainda fazer a declaração de que, não tendo sido apresentado por nenhum grupo parlamentar uma moção de conliança, mas apenas uma inoção de desconfiança em nome individual, o Governo não entendo realmente necessário que qualquer dos grupos que o apoiam apresente essa moção de confiança.

O orador não reviu.

O discurso será publicado na integra, revisto peio orador, quando restituir,, revistas, as notas taquigráfícas gue lhe foi ram enviadas.

O Sr. Nóbrega Quintal:—Poderá parecer extranho que depois dos trôs maiores partidos desta Câmara terem dado o seu apoio franco e categórico a ôste Governo, eu me obstine em manter a minha moção de desconfiança.

Se assim procedo, é não só para fazer uma afirmação do princípios, mas ainda porque entendo que o Governo não pode efectivamente contar com uma forte maioria parlamentar ; e digo coiii uma forte maioria, porque eu já estou acostumado a verificar que o mais forte partido desta CâniM-íi o Partido Republicano Português, a. mesmo tempo q-».1 tem votos para su.-ití iitar um Governo, também os tem para o derrubar,,