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Diário da Câmara dós Deputados

era termos um pouco veementes, à declaração do Sr. Ministro das Finanças, quando disse que a redução de despesas provenientes da redução dos quadros seria mnito pouco para a nossa situação financeira.

Eu tenho a opinião de que, embora essa redução de quadros traga uma pequena redução nas despesas, ela se deve fazer, para que se possa ter autoridade para se exigirem 'do País os necessários sacrifícios.

Mas, Sr. Presidente, eu kmbro à, Câmara e ao País que o Governo da República, só em pão, perdeu 50:000 contos. Isto é que ainda ninguém teve a coragem de dizer.

Não apoiados dos Srs. Deputados do Grupo Popular.

O Orador:—Ainda bem, Sr. Presidente, que os protestos dos ilustres Dèpu-tados populares são de apoio às minhas palavras.

O Sr. António Maria da Silva: — ^V.

Êx.a permite-me uma.interrupção?

Esse número de 50:000 contos já aqui, infelizmente, foi proferido nesta casa, e eu já aqui tive há pouco ocasião de ler à Câmara números bastante elucidativos:

O Orador:—De facto, a economia resultante da redução dos quadros em face, por exemplo, das d^es;pès,as resultantes do1 fornecimento de carvão, são, na verdade, inapreciáveis. Nem sequer se repara que; o Governo da Republica, mantendo esta. política, rião faz mais do que ajudar com a Sua bolsa precisamente aqueles contra os quais só tem gritado ^ue têm sugado-a Nação.

.Não se vô que desses 50:000 contos, que saem dos cofres do Estado, a maior parte só representa uma protecção às; classes que têm pessoal ao seu serviço. É isto uma política* de protecção, inconveniente para o Estado. Eu quero obri-gar o comerciante, o industrial e e agricultor a darem ao seu pessoal aquilo que1 o Estado hoje lhe dá.

Sr. Presidente: é realmente na'separação da moagem da indústria panificadora que reside a resolução, em parte, do!pro-; bleum. Mas, para que essa política possa' triunfar, ó necessário que ao Governo se-

jam dados os indispensáveis meios de força e acção, sendo preciso que triunfe no mais breve espaço de tempo possível.

Não sou daqueles que fazem leis sobre os joelhos, nem que, perante dificuldades tremendas, esgote, toda a -minha actividade a encher o papel de artigos que não se cumprem.

Estou convencido de que nestas minhas considerações fui além daquilo a que devia ir, mas a culpa não é minha.

O Sr. António Maria da Silva: — Não

se arrependa!

O Orador:—Talvez me arrependa!

Sr. Presidente: S. Ex.a o Sr. António Maria da Silva, na sua erudita dissertação financeira, disse-nos que era indispensável tributar as bebidas alcoólicas, artigo que, longe de ser indispensável à vida, é prejudicial. Isso devia t'er-se já feito.

É possível que ainda vamos a.ternpo de remediar multa cousa, mas há muita cousa irreparável.

O Sr. Antóuio Maria da Silva:—Apoiado. Infelizmente... •

O Orador:-—Peço a atenção da Câmara, muito especialmente para este facto. Visto o Sr. An-tónio Maria da Salva se ter referido ao assunto, quero generalizar as 'Suas conclusões a todos os artigos do País.

S. Ex.a disse que tinha prontas propostas para apresentar na discussão do Orçamento.

Primeiro disse ser de toda a necessidade criar receitas, sendo possível obter algn-ns milhares de contos.

Tenho de •confirmar essas afipmações, dizendo que, em bi!eves dias talvez, pelo Sr. Ministro das Finanças serão trazidas ao Parlamento propostas nesse sentido.

Mas S. Ex.a proferiu duas ou três pa,-lavras q;ue pesaram sobre mini como cousa inaproveitável, e era absolutamente a enunciação d