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Diàrio da 'Câmara dos Deputados

facúndia de qualquer criatura que esteja] •no Governo, e -eu tenlro a certeza de ^UB por maior inteligência que ;.seja a do tàr Ministro da Agricultura, tíio os poderá 'resolver; e tenho essa certeza, pelo seu passado, pela sua vida publica, em. que •nunca tratou de -semelhantes assuntos; ^assuntas -que estão mal nas suas mãos para serem resolvidos pela lata autorização -que o '.Parlamento lhe venha -a dar.

Todos estes problemas acham-se liga-, do-s -entre si e unidos ao da ordem social.

g Até onde se terão de modificar todas as condições da nossa ~vida económica, com GB novos aumentos de preço?

-Eu pregunto se as indústrias estão habilitadas a duplicar os -salários dos seus opcrár'o-s ; e se o "Estado está preparado para duplicar os vencimentos dos seus funcionários.

Sr. Presidente : é necessário 'mais do' (jiio -nunca que o Govõrno nos uir.

É preciso 'que o Governo nos diga: que dadas ais'condições pára o tributo tal e*tai, o Governo vai elevar o tributo tal a tanto, que- sobro pã;o não vai deixar que o País perca os 50:000 contos, por esta-e aquela maneira. Dizer-nos, emfim, se vai ou não separar a moagem da panificação.

O Parlamento não tem o direito de .•abdicar 'das -stías funções, gue lhe impõem o dever de conhecer, pelo menos, a orientação >do Governo.

Não falo -por pólitiquiee. .

O Sr. António Maxia da* Silva fez 'hoje1 extraor-dánárias declarações.

Entre elas ,avmlta a-'de que o déficit previsto para este ano é de 130:000 contos. É extraordinário! !

Vivemos num regime de ilusões. O Sr, -Pina Lopes, no-seu relatório declarou que o déficit »é de 136:000 contos.

ÊPro-va-se que houve um prejuízo de 4.500 contos, mas na realidade esse pró-juízo deve ir mais além.

Ganhou-se mais 869 contos, mas vamos a Abril e encontramos o seguinte:

Quer dizer, perdemos 036 icontos.

'Quando ontem eu disse que o nosso déficit seria *de 200:000 contos, não lancei !êsse numero à tOa. Contei com o ine-

vitâvel -aumento de vencimentos, que será de mais computar -em 50 por cento.

E ainda há um Ministro que ousa dizer que eu estou aqui a falar muito tempo.

'Quando :me dizem porque é que»eu falo muito tempo, eu tenho-vontade de -respon-•der: porque não falam os 'Srs. melhor?

£ Porque veio S. Ex.a hoje dizer-nos que ó pela liberdade de comércio e amanha acrescenta que essa liberdade é res-trieta?

Eu dis>í6 e repito que a liberdade de comércio para os géneros que escasseiam no mercado conduz ao açambarcainento, e o Sr. Presidente do Ministério não nos vem diz.er quais são os géneros .que se podiam incluir nessa liberdade !

Tudo ,que-S. .Ex.a afirmou servirá para agradar a uma clientela, mas nunca para esclarecer o País.

Não há maneira de sair dôste círculo vicioso. A mina de Santa Susana terá carvão -em abundâcia, mas nada se define e -concretiza a esse -respeito.

Todos falam em aumento do produção.

GÚ.ÚIO alimentá-la?

^Onde temos o ouro para pagar o que seria necessário importar para levar a •efeito esse .aumento de produção?

A estas pr-egimtas ninguém responde. Mas dizem .sim: ^porque ó que o 'Sr. es-,tá a falar tanto?

Eu digo ^ porque é .que os .Srs. não falam melhor? (Apoiados).

Junto do Governo vão as indústrias e dizem: Necessitamos de 1:300 toneladas de .carvão para fazermos viver o País.

•O Governo responde: não podemos obtê-lo. Primeiro, não temos quem no-lo venda. Segundo, -não temos dinheiro para pagar.

'E esta a acção dos nossos estadistas,

Os nossos estadistas chegam ao Governo, e verificando que não há muitos dos géneros -necessários à alimentação pública, resolvem logo como melhor medida, que se faça o aumento dos preços desses -géneros.

N-ão olham, porôm, às complicações de ordem social que tal orientação traz como consequência.