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Sessão de 29 rfe Julho de 1920

.De facto, a situação de Portugal ó das cousas mais ^curiosas que jamais se viram talvez na história.

E exacta a afirmação ^que corre por to-•das as bocas de que Portugal -se meteu dentro duma situação, voluntariamente, •que -é insustentável num país que tem uma fronteira terrestre impossível absolutamente, de fiscalizíir.

Falemos com a devida honestidade ao País, "e, assim, £ querem V. Ex.fis saber o que me aconteceu .hoje no ^Ministério ?

:Becebi, entre várias propostas, uma de fornecimento de farinha de Espanha.

\T. Ex.as estão a ver. Tenho -comprado trigo exótico a preço muito .srrperior ao jo da tabela.

Como todos sabem, essas faraahas eram estrangeiras e, no omtanto, estou convencido de que er-am de trigo -nacional comprado pelos espanhóis.

É vergonhoso. É preciso sair -desta situação, que é verdadeiramente 'deprimente.

"Vozes : — Decerto, '(Apoiados^.

O Orador:—Digo também que há republicanos que, p-aTa vergonha nossa, assim procedem, -quando nós estamos sempre a falar na honorabilidade dos Doutros.

Ora, Sr. Presidente, creio en «que é dever do Governo expor a situação, assim com franqueza, com brutalidade se assim o -entendem, porque só assim se podem prover de remédio as dificuldades presentes.

Sr. -Presidente: referiu-se o Sr., Anfó-.nio Maria da Silva, também, -ao facto da lavoura nacional .ter concertado com o Governo da Presidência de S. Ex.a, o preço de $36 para o trigo, com â ,agm-•vante de que ela nem sequer .pedia .tanto, e foi .S. Ex..a,, com a soía previsão de ho-.mem -de Estado, -que elevou o preço do trigo a essa quantia.

JE

O Sr. Jaiíónio.Eííaria da iiJhra:—Prosfa-ram-^e em 19165 prestarani-se com o Sr.

Lima Bs>-to. preiâtarcjn-se sempre. Mo de

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prestar-se agora com V. Ex.a, porque não têm sentimentos!...

O Orador: — Se V. £x.a me dá licença, eu direi que não ocultei ontem nessa reunião de lavradores, pelas mesmas palavras que V. Ex.a aqui pronunciou nesta Câmara, a situação moral desgraçada em que realmente a .la/v-oura se encontrava, por culpa desses maus lavradores,, que despresavam absolutamente o que deviam ao pacto feito com o Grovêrno vendendo o trigo para Espanha.

E de ifacto, .para Jionra da lavoura, que não ó responsável par -esses actos crimi-.nosos praticados por .alguns lavradores,, como a ^República -não é -responsável por actos de maus -republicanos, (Apoiados), eu encontrei "da parte dos lavradores presentes a maior repulsa contra esses lavradores desonestos, c, repito.,, essa repulsa não -era apenas uma questão de palav.ras, porque se vai traduzindo numa questão de factos, -acudindo esses lavradores ao preço -de ,$86; quando o podiam fazer pagar -a $50..

É preciso -que -o País reconheça a capacidade do sacrifício dos seus homens,, e -faça justiç/a -a toda-s -as -classes e a todos os membros que -são dignos dele. (Apoiados).

Sr. Presidente: há íilguma cousa a que ainda me quero referir, do discurso do Sr. António Maria da Silva..

.Disse S. Ex.a q-ue se pensava ria dissolução deste Parlamento, porque ele 'não se deixava comprar.

f Foram estas, pouco mais ou menos., as expressões usadas .por S. Ex.a

O Sr. António Maria da Silva :—É.bom

precisar as palavras.

Eu disse, embora não ache que todas as pessoas que defendem a dissolução são desonestas, eu disse que havia pessoas que não gostavam dêsje Parlamento, mercê de várias circunstâncias que não vale a pena agora citar.

E disse mais : tinha mnita pena que elo não cumprisse o seu dever e exactamente porque o desejava porque ele tinha esta rara virtude, do ter verberado sempre aqunles que rrmrecern castigo.